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ausência de provas concretas, aptas a inferirem a prática do tráfico de drogas pelo acusado, não vislumbro a possibilidade de puni-lo frente ao pri...

ausência de provas concretas, aptas a inferirem a prática do tráfico de drogas pelo acusado, não vislumbro a possibilidade de puni-lo frente ao princípio do in dubio pro reo, devendo ser absolvido do fato correspondente. Nesse sentido: EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - TRÁFICO DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O MESMO FIM E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÕES COM ENVOLVIMENTO DE MENOR -IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL - SENTENÇA ABSOLUTÓRIA – CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÕES - FRAGILIDADE PROBATÓRIA - AUTORIA NÃO COMPROVADA - PROPRIEDADE DOS OBJETOS APREENDIDOS NÃO APURADA CONDIGNAMENTE - ABSOLVIÇÃO QUE É MEDIDA QUE SE IMPÕE -ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO - EXISTÊNCIA DUVIDOSA - NÃO DEMONSTRAÇÃO DE ESTABILIDADE - ABSOLVIÇÃO - NECESSIDADE - SENTENÇA MANTIDA.- Inexistindo provas suficientes, não é possível submeter os acusados a uma condenação na esfera criminal, em obediência ao princípio do "in dubio pro reo", impondo-se a manutenção da sentença, restando absolvido os acusados do crime de tráfico de drogas e de porte ilegal de arma de fogo e munições lhes imputado na denúncia.[…] (Apelação Criminal1.0145.16.037783-7/001 0377837-18.2016.8.13.0145 (1).Relator Des. Sálvio Chaves. Data de Julgamento: 13/02/2019.Data da publicação da súmula: 22/02/2019). Deste modo, em análise criteriosa do conjunto probatório, bem como da confissão judicial do acusado, somente é possível imputar a José Roberto o crime previsto no art. 28 da Lei de drogas, ao qual considero as provas encartadas suficientes para sua demonstração, bem como resta atestada sua materialidade por via do laudo toxicológico definitivo alhures detalhado. Na mesma seara, em relação a Eliana, inviável a condenação pelo crime do art. 33, caput da Lei de Drogas, de modo que a absolvo em relação ao delito ora analisado. Quanto ao delito do art. 35 da Lei 11.343/06 por ambos réus: Entendo que o acervo probatório não é contundente a ponto de evidenciar que os réus estavam associados em caráter permanente, com o intuito de praticar reiteradamente o delito de tráfico de drogas. Analisando os elementos de prova carreados aos autos, não se vislumbra a presença dos requisitos do crime de associação, quais sejam, estabilidade e permanência de vínculos, para a prática reiterada de crime de tráfico. Aliás, a conclusão que se delineia nessa decisão é de ausência de comprovação que as substâncias encontradas eram destinadas a um dos propósitos do art. 33 da lei 11.343/06 Portanto, inexistindo elementos firmes quanto à prática do crime capitulado no artigo 35 da Lei 11.343/06, pelos réus, alternativa não resta senão a absolvição. Quanto ao delito do art. 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/03 por ambos réus: Os réus foram, ainda, denunciados pela prática da conduta descrita no art. 16, parágrafo primeiro, IV, da Lei 10.826/03, eis que foram apreendidos, dentro do quarto em que estavam, uma arma de fogo, do tipo revólver, de calibre .32 com numeração suprimida por raspagem, bem como quatro cartuchos de idêntica bitola. Pois bem. Verificou-se no laudo de fl. 394/394v, que o revólver do calibre .32 tinha o número suprimido por raspagem. Quanto à arma de fogo, tenho que, embora os réus neguem sua propriedade, os depoimentos policiais são uníssonos em revelar que este foi apreendido dentro da caixa de controles de lâmpada e ventilador, sendo esta fixada na parede do quarto em que os réus se encontravam. Em que pese a afirmativa de José Roberto de que estava em um escritório, e que não havia arma nem no escritório, nem em seu quarto, vejo que a versão é contraditória àquela declinada pela corré Eliana prestada quando ainda crepitantes os fatos, oportunidade em que alegou que estava no quarto junto a José Roberto no momento da chegada dos policiais. Os policiais afirmaram de maneira uníssona que o increpado saía de um dos quartos do hotel, o mesmo em que retornara e fora encontrada a arma de fogo. Demais disso, malgrado afirme não ter conhecimento da arma, o próprio réu afirmou que estava há mais de dois meses no estabelecimento. O depoimento policial, como já está consolidado pela doutrina e em nossa jurisprudência, tem o mesmo valor de qualquer outro testemunho, não só podendo, mas devendo ser levado em consideração, eis que como agente público presta compromisso legal de dizer a verdade e é possuidor de fé pública. Seria um contrassenso negar validade às suas afirmacoes, vez que investidos pelo Estado desta função repressora. Assim vem orientando o STF, conforme decidido no ARE 829303 AgR-ED, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 10/02/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-041 DIVULG 03-03-2015 PUBLIC 04- 03-2015. Ademais, não se verifica quaisquer indícios acerca de eventual interesse dos policiais em imputar falsamente ao denunciado a prática do crime, estando os depoimentos testemunhais uníssonos quanto às circunstâncias do fato. De mais a mais, embora afirme a ré Eliana que não fora apreendida qualquer arma de fogo e que José Roberto possuía atrito com os policiais, não logrou êxito em comprovar que estes tivessem atuado com ilegalidade. Compulsando o processo, tenho que convém aos réus buscarem, somente com palavras, contradizer os fatos que os autos mostram suficientes a imputar-lhe a prática dos delitos. Por certo, já é esperado que os réus tentem, por todas as formas, se verem livres das acusações pois não possui compromisso com a verdade nem com a lealdade processual. Desse modo, a negativa de autoria mostra-se procedimento corriqueiro, ao qual não se deve atribuir credibilidade. Desta feita, tenho que, de fato, as provas colacionadas são elementos seguros, aptos a ensejar a condenação de José Roberto Lopes e Eliana Peixoto de Souza pela prática do crime descrito no art. 16, §1 o , inciso IV da Lei 10.826/03. Quanto ao delito do art. 180 do Código Penal por Eliana Peixoto de Souza Considero que a conduta praticada pela ré é atípica, tendo em vista ausência de comprovação da elementar típica do delito, qual seja, ser o bem produto de crime. No caso em apreço, segundo os depoimentos policiais, a ré tinha em sua posse um celular produto de crime, eis que havia registro de ser roubado, conforme REDS 2019-061277984-001 (fls. 15/16v). Em que pese a indubitável existência de ocorrência policial em que a suposta vítima Flávia Gomes da Silva Nogueira teve seu telefone celular roubado e a afirmação da ré de ter recebido o aparelho celular de pessoa nominada Sabrina, sobreveio aos autos declaração autenticada em cartório, cujo teor declara que Flávia recuperou o telefone e doou posteriormente a Eliana Peixoto de Souza. Aliás, foi juntada, ainda, nota fiscal que comprova a propriedade do bem por Flávia Gomes da Silva Nogueiro. Cabe consignar, porque oportuno, que o próprio histórico de ocorrência policial indica que os policiais não conseguiram visualizar a atividade criminosa descrita pela vítima por meio do sistema olho vivo e que a vítima se mostrou confusa e entrou em contradição sobre os fatos diversas vezes. Diante disso, a inexistência de provas que o bem encontrado em posse de Eliana Peixoto de Souza era produto de crime, considero atípica sua conduta e absolvo-a, nos termos do art. 386, III do CPP. 3 – D e c i s ã o Por todo o exposto, julgo parcialmente procedente a acusação, para condenar:  José Roberto Lopes como incurso nas sanções do art. 28, da Lei 11.343/06 e art. 16, §1 o da Lei 10.826/03 e absolvê-lo das imputações dos art. 35 da Lei 11.343/06.  Eliana Peixoto de Souza como incursa nas sanções do

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24 pág.

Direitos Humanos e Cidadania Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

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