O inciso LXXIX do artigo 5º da Constituição Federal, incluído pela Emenda Constitucional nº 115/2022, estabelece que "a proteção de dados pessoais é direito fundamental do indivíduo, assegurado o direito ao conhecimento e à autodeterminação informativa". Essa norma tem eficácia plena e aplicabilidade imediata, uma vez que se trata de um direito fundamental previsto na Constituição Federal. Isso significa que ela pode ser invocada diretamente pelos cidadãos e aplicada pelos órgãos do Poder Judiciário e demais autoridades públicas. O Supremo Tribunal Federal, em julgamento do Recurso Extraordinário nº 1.055.941/SP, fixou parâmetros constitucionais para assegurar a proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios digitais, em conformidade com o respeito à privacidade e à autodeterminação informativa. Entre esses parâmetros, destacam-se a necessidade de consentimento informado e livre do titular dos dados para a coleta, armazenamento e tratamento dessas informações, a garantia de transparência e segurança no tratamento dos dados, a limitação da finalidade para a qual os dados foram coletados e a garantia de direitos aos titulares dos dados, como o acesso, a retificação e a exclusão dessas informações. Em relação à responsabilidade do agente em razão da conduta que incorra em violação desses parâmetros, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) prevê sanções administrativas, como advertência, multa, suspensão parcial ou total do funcionamento do banco de dados e até mesmo a proibição do exercício das atividades relacionadas ao tratamento de dados. Além disso, a violação desses parâmetros pode ensejar a responsabilidade civil e penal do agente, nos termos da legislação aplicável.
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Direito Administrativo e Direito Constitucional
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