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amarco: “de finalidade eminentemente prática e objetiva, dispondo de meios para a realização do direito e não para o acertamento de sua natureza, o...

amarco: “de finalidade eminentemente prática e objetiva, dispondo de meios para a realização do direito e não para o acertamento de sua natureza, ou existência, da individualidade do bem devido, onde é preciso conhecer desde logo a natureza e medida do sacrifício a ser imposto ao executado.” (DINAMARCO, Cândido Rangel. Execução Civil. v. 1, 2a ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 1986, p. 276). A certeza diz com os sujeitos da relação jurídica de direito material (credor e devedor), bem como com a natureza do direito (direito de crédito) e da prestação ou do objeto devido (fazer, não fazer, entregar coisa, pagar quantia), sustentando-se, na doutrina, que tal atributo emerge da própria existência do título executivo (ARRUDA ALVIM, Eduardo et al., Comentários ao Código de Processo Civil. 3ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 1227). Já a fixação do bem ou da quantia devida, ou a indicação de todos os dados necessários à sua apuração (artigo 786, § único, supra) consubstancia sua liquidez. Importa ressaltar que, em se tratando de obrigação de entregar coisa incerta, a liquidez resultará do incidente de individualização (artigo 811, infra) e, nas obrigações alternativas, do incidente de concentração (artigo 800, §§ 1º e 2º, supra). A exigibilidade corresponde à atualidade da obrigação, estando intrinsecamente relacionada ao transcurso do tempo, ou, se for o caso, ao implemento de condição no título prevista. É bem de ver, todavia, que a doutrina alerta para a impropriedade de se ter no advento da condição suspensiva um pressuposto de exigibilidade, porquanto a condição é pressuposto da própria existência da obrigação, nos termos da lei civil (ZAVASCKI, Teori Albino. Comentários ao Código de Processo Civil. v. 8, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p. 243). A certeza, assim como a liquidez e a exigibilidade, para fins de admissão da ação de execução são atributos a serem aferidos segundo o que contiver o título, não se traduzindo, todavia, em juízo definitivo, porquanto o executado poderá controverter a obrigação, querendo, mediante oposição de embargos. 2. Citação do executado. A exigência de regular citação do executado (artigo 830, § 2º) como condição de validade da execução, reproduz, no âmbito do Livro II, a regra já enunciada no artigo 239. A falta ou a nulidade da citação é suprida pelo comparecimento espontâneo do réu (artigo 239, § único). 3. Verificação da condição e ocorrência do termo. A hipótese contemplada no inciso III já está contida no inciso I, porquanto a correspondência do título à obrigação exigível compreende a demonstração da ocorrência da condição suspensiva (artigo 121 do Código Civil) ou do advento do termo (artigo 131 do Código Civil) caso se trate de obrigação condicional ou a termo. A disposição, embora não conste de regra expressa no CPC de 1973, já vem sendo largamente praticada. O Superior Tribunal de Justiça há muito reconhece a possibilidade da parte arguir vício fundamental da execução, como este concernente à ausência dos atributos de certeza, liquidez e exigibilidade da obrigação estampada no título, independentemente de embargos (v.g. 3a T., STJ, REsp 13.960, DJ de 03/02/1992). A possibilidade deflui dos princípios do devido processo legal e da economicidade, não havendo razão para remeter o executado à via dos embargos, com o cumprimento de todas as formalidades inerentes, dispêndio de meios e de tempo, se a nulidade pode desde logo ser reconhecida e decretada. Todavia, tal defesa há de se circunscrever às alegações que possam ser demonstradas de plano, sem necessidade de dilação probatória, incabível no bojo da execução. Na doutrina, a lição é antiga e também neste sentido: “Frise-se, porém, que a arguição, pelo executado, fora dos embargos, limita-se aos casos em que a nulidade seja evidente a ponto de dispensar dilação probatória a respeito dos fatos que a sustentam. Fora tais casos, a matéria deve ser proposta em embargos à execução, sob pena de se comprometer o sistema processual, transformando a ação executiva em verdadeira ação de cognição, esta sim, e não aquela, a via apropriada para formulação de juízos a respeito de fatos controvertidos e para produzir provas a respeito deles.” (ZAVASCKI, Teori Albino. Comentários ao Código de Processo Civil. v. 8, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p. 418). Na prática forense, o uso consagrou a denominação de exceção de pré-executividade à arguição de nulidade da execução através de simples petição, sem prazo, nem forma predeterminada. De outra parte, a jurisprudência firmou-se no sentido do cabimento desta forma de defesa no bojo da execução para arguição de questões de ordem pública, como os pressupostos processuais e as condições da ação, bem como os vícios do título executivo concernentes à falta de certeza, liquidez e exigibilidade, desde que não se demande dilação probatória (v.g. 1a T, STJ, REsp 1110925/SP, Primeira Seção, DJe 04/05/2009). Atente-se, ainda, que a alegação de pagamento, em princípio, é admissível em exceção de pré-executividade, sempre que a comprovação se der por prova pré-constituída, porquanto se trata de causa que retira a exigibilidade da prestação e, por conseguinte, impede a propositura da execução (4a T., STJ, REsp 1.078.399/MA, DJe 09/04/2013). Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado. § 1o A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda ou de cessão registrada será ineficaz em relação ao promitente comprador ou ao cessionário não intimado. § 2o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito de superfície, seja do solo, da plantação ou da construção, será ineficaz em relação ao concedente ou ao concessionário não intimado. § 3o A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa de venda, de promessa de cessão ou de alienação fiduciária será ineficaz em relação ao promitente vendedor, ao promitente cedente ou ao proprietário fiduciário não intimado. § 4o A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso será ineficaz em relação ao enfiteuta ou ao concessionário não intimado. § 5o A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de direito real de uso ou do concessionário de uso especial para fins de moradia será ineficaz em relação ao proprietário do respectivo imóvel não intimado. § 6o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufruto, uso ou habitação será ineficaz em relação ao titular desses direitos reais não intimado. Anotações ao artigo 804: Maria Helena Rau de Souza Professora de Direito Juíza Federal aposentada A disposição está diretamente ligada a do artigo 799, supra, e prescreve a consequência da falta das intimações lá previstas: ineficácia da alienação perante os sujeitos de direito identificados no caput e §§ deste artigo, os quais preservam sua posição jurídica perante o adquirente. A alienação para todos os efeitos é válida, mas ineficaz com relação àqueles que deveriam ter sido intimados e não o foram. Esta consequência vem igualmente prevista na regra do artigo 903, infra, que dispõe sobre os casos em que a arrematação deve ser invalidada, considerada ineficaz (inciso II) ou resolvida. A ineficácia, ao fim e ao cabo, é consequência que afeta sobremodo o arrematante, daí a importância da inclusão no edital de menção à existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre os bens a serem leiloados, conforme prescreve o artigo 886, inciso VI. Tão relevante é esta informação que a lei autoriza a desistência pelo arrematante, sendo-lhe devolvido o depósito que tiver feito se provar, nos dez dias seguintes, a existência de ônus real ou gravame

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840 pág.

Direito Processual Civil I

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