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pode separar o pensamento da linguagem que o exprime; (...) nosso atos nos revelam nossas intenções, ou seja, permite-nos desempenhá-las, esquemati...

pode separar o pensamento da linguagem que o exprime; (...) nosso atos nos revelam nossas intenções, ou seja, permite-nos desempenhá-las, esquematiza-las, torna-las objetos em vez de nos limitarmos a vivê-las, ou seja, a tomar delas uma consciência não tética (SARTRE, 2016, p. 595-596). Retomamos, portanto, que a liberdade é autonomia de escolha no início do processo da ação de forma transcendente, nadificando ações indesejáveis e salientando que a consequência desta escolha pode não ser o fim que o Ser agente desejava por estar inserido em um mundo fenomenal possuidor de limites. Os homens são, desta maneira, liberdade de escolher – determinados a serem livres – trazendo o próprio fundamento do Em-si. Não podemos, porém, confundir que a liberdade é o fundamento do Para-si, pois se o fosse, o Para-si já possuiria o valor que deve ser originado pelo homem; seria desta maneira um Em-si. Portanto, Sartre define que a liberdade é liberdade de escapar de um fato dado, sendo essa característica denominada de a “facticidade da liberdade”. Neste sentido, é o homem fazendo uso da liberdade inerente à sua existência que se posiciona perante o mundo. Eis que “a liberdade por seu próprio surgimento, determina-se em um “fazer” (SARTRE, 2016, p. 598). Fazer algo de forma livre corresponde a nadificar o fato dado, tendo em vista que a liberdade não pode determinar nem ao Ser, nem a existência, nem a ação. Sendo textura do Ser, a liberdade dita aqui deve ser observada perante a empiria, ou seja, perante estados de coisas. Sartre a descreve de forma negativa na medida em que o Ser age livremente partindo da consideração de uma situação (ou estado de coisa), e a partir desta situação constata o que pode fazer. O Ser deve agir de forma a trazer à baila de sua ação a percepção da realidade, e o que tal realidade lhe permite escolher (porque está situado no mundo dos fenômenos e em alguma situação), fazendo uso de sua capacidade livre de nadificar fins em busca de uma ação de caráter autêntico. Tal autenticidade é o mesmo que dizer que é o Ser que atribui valor não apenas para a ação ao fazer uso de sua vontade, ou do que chamaremos aqui de vontade passional, mas também atribui valor para-si (mesmo) em fuga do Em-si. Da mesma forma que o Ser age no mundo diante de estados de coisas em situação, ele também age perante os outros. Neste sentido, Sartre afirma que “O Para-si surge em um mundo que é mundo para outros Para-sis” (SARTRE, 2016, p. 638). Isto quer dizer que este mundo já foi explorado em diversos sentidos, tendo sua contextura de certa forma definida através de todas estas investigações elaboradas durante a história. Sartre chama de “fato da simultaneidade” o fato de que o Para-si temporaliza-se em um mundo em que seu sentido temporal também já foi definido por outros Para-si. Perante o Outro (Outro-sujeito ou Outro-objeto), o Para-si busca transcender tal realidade visando sua própria significação. E quando o Para-si toma posição em relação ao Outro, faz com que surja no mundo técnicas enquanto condutas do Outro como transcendência-transcendida. Com o reconhecimento do Outro surge um limite à minha própria liberdade e também algumas determinações: O verdadeiro limite à minha liberdade está pura e simplesmente no próprio fato de que um Outro me capta como Outro-objeto, e também no fato, corolário do anterior, de que minha situação deixa de ser situação para o Outro e torna-se forma objetiva, na qual existo a título de estrutura objetiva. É esta objetivação alienadora de minha situação que constitui o limite permanente e específico de minha situação, assim como a objetivação de meu ser-Para-si em ser-Para-outro constitui o limite de meu ser. E são precisamente esses dois limites característicos que representam as fronteiras de minha liberdade (SARTRE, 2016, p. 643-644). Sartre assinala ao longo do livro, que o Ser sempre tem um espaço para agir livremente mesmo em situação no mundo, mesmo no caso da tortura ou perante leis nazistas impostas a um judeu, por exemplo. Porém, pontua aqui um elemento diferenciado presente na realidade, cuja situação lhe impõe limites determinados e diferenciados. Para o Outro e em sua visão de meu Ser, posso ser alguma coisa que não escolhi ser. Antes parecia ser concreto que apenas o ser-mesmo poderia limitar sua própria liberdade; mas, ao incluirmos no mundo empírico a existência de outro seres, vemos que nossa liberdade também é limitada pela liberdade de outrem. Eis a alienação do Ser dada pela situação. De acordo com o filósofo, a alienação não é uma modificação parcial da situação, mas a alienação escapa ao Ser. Ela é caracterizada por ser a exterioridade da situação, seu ser-fora-para-o-Outro. Como não podemos conceber a ideia de existirmos em um mundo sem situação (sem uma relação com o Outro), não podemos também conceber um mundo sem alienação. E esse caráter necessário da existência humana é considerada pelo filósofo como uma fragilidade da liberdade, na medida em que considero o Outro também como ser transcendente. A alienação de um Ser Para-si elaborada pelo Outro, só é possível através da linguagem e da caracterização feita por ele. O Ser é posto no mundo enquanto um conjunto de estruturas cuja totalidade diz respeito a um concreto absoluto. Tal concreto absoluto representa aquilo que o Ser é, mas Para-si não pode ser nada. Por exemplo: Um existente só é considerado feio, ariano, garçom e etc pelo Outro que lhe aliena através da linguagem. O Ser que é representado por essas características não pode limitar-se a elas, pois não observa a si mesmo superficialmente de fora. Porém, Sartre demonstra que o Ser cujos termos vulgares foram atribuídos pode vincular a si mesmo à significação dessas características pontuadas no exemplo anterior. Pode também ao contrário não limitar-se à significação dada pelos outros, elaborando seus próprios fins. Neste sentido, as significações dadas pelos outros referentes à um existente só podem ser algo para tal Ser caso ele permita e o assuma, por exemplo. Embora disponha de uma infinidade de maneiras de assumir meu ser-Para-outro, simplesmente não posso não assumi-lo; reencontramos aqui esta condenação à liberdade que definimos anteriormente como facticidade; não posso abster-me totalmente com relação àquilo que sou (para o Outro) – pois recusar não é abster-se, mas outro modo de assumir –, nem padecê-lo passivamente (o que, em certo sentido, dá no mesmo); no furor, na ira, no orgulho, na vergonha, na recusa nauseante ou na reivindicação jubilosa, é necessário que eu escolha ser o que sou (SARTRE, 2016, p. 648). Eis que Sartre pont

Essa pergunta também está no material:

Artigo - SIMONE DE BEAUVOIR E A LIBERTAÇÃO DA MULHER
102 pág.

Psicologia Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

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