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somente quando não se falta o indispensável para si mesmo. Para poder ampliar-se, é preciso que não falte o necessário; para poder dar, é preciso p...

somente quando não se falta o indispensável para si mesmo. Para poder ampliar-se, é preciso que não falte o necessário; para poder dar, é preciso primeiro possuir; para sermos generosos, precisamos ser fortes; para poder beneficiar, é preciso sermos ricos. É preciso não sermos mais inocentes para podermo-nos permitir o luxo de sermos bons sem cair em todas as armadilhas da vida. Os deveres dizem respeito àqueles que os podem cumprir. Porém isto não significa que hoje o pobre esteja passando para a outra margem; ele tem de assumir suas responsabilidades. As previdências sociais dão uma nova orientação de tipo coletivo. As classes e os povos, outrora em estado de sujeição, estão se organizando, vão conquistando forças e se fazem valer. É suficiente este fato que nada tem de teológico, filosófico ou moral, para chegar-se a um novo conceito de justiça, antes impraticável. Hoje podemos constatar como fortalecer-se com base no direito que realmente se tem, fazendo surgi-lo, quando era apenas teórico e não funcionava na prática. Entretanto, um fato nada espiritual, mas concreto, como a aquisição da força, pôde transformar a velha moral numa outra tão diversa. A atual transformação nos faz ver como a vida tinha suas razões, quando, no passado, deixava que aquelas injustiças fossem cometidas, porque isso ocorria somente até o momento em que o fraco, sofrendo, aprendia a tornar-se forte; e o ignorante, a tornar-se mais inteligente, isto é, até o momento em que a vítima alissaje de si mesma o defeito A Técnica Funcional da Lei de Deus Pietro Ubaldi 59 que a tornava vulnerável. Assim a vida atingia a justiça percorrendo uma longa estrada, mas a única possível, permitida pelas condições de então. Na verdade, para livrar-se dos próprios sofrimentos, a vida obrigava os mais atrasados a fazer o esforço de evoluir, superando suas inferioridades na luta pela seleção do melhor, sendo justo essa ocorrência. Depois, nas revoluções, as vítimas se revoltassem contra os opressores, fazendo com que estes pagassem as próprias culpas, o que é também um ato de justiça. Vê-se como tudo é lógico e tem suas razões. Cada um paga pelos seus defeitos: o fraco ou ignorante, pela sua fraqueza ou ignorância; o forte ou astuto, pelo abuso da sua vitória, e todos, indistintamente, cursando a mesma escola, alternativamente, são obrigados a evoluir como quer a Lei. Assim, cada um sofre um período, enquanto o outro goza; e goza um período enquanto o outro sofre. Na escola da Lei há lugar para todos. Esta era a única forma de justiça que se podia praticar num regime de inimizade, onde a justiça não pode ser obtida sob a forma pacífica de concordata entre companheiros, mas somente através do equilíbrio entre rivais em luta. Por mais que se busque escondê-la sob belas teorias, esta é a realidade da vida. Vejamo-lo num outro caso, também de justiça, mas noutro sentido. Hoje nasceu um fato novo na história, isto é, um estilo de generosidade, pelo qual as classes ricas se ocupam das pobres; os povos de alto nível econômico, daqueles subdesenvolvidos. As raízes de tudo isso se encontram num outro fato também novo: é que o comunismo organizou os pobres e estes se tornaram uma força e então tornando-se fortes, têm direitos que antes não tinham e que agora o têm pelo fato de que hoje sabem fazê-los valer. Um direito não alimentado de força que lhe imponha o reconhecimento, na prática não é direito, é só um piedoso desejo, cuja satisfação depende do capricho do patrão. Hoje já se pode falar tanto de justiça social, porque existem os que estão prontos a exigir seu reconhecimento, enquanto antes ninguém se ocupava disso. Somente agora os pobres tornaram uma ameaça, e então, nas classes e nos povos abastados, nasceu o amor pelos deserdados, se ressuscitou o Evangelho. E no entanto há séculos já se falava desses deveres para todos os cristãos, mas que só excepcionalmente os praticavam. Entretanto como se podia pretender o contrário, se a parte oposta não sabia impor-se, fazendo reconhecer os próprios direitos? Hoje o grande amor pelo pobre se tornou moda, é usado como bandeira, como se o pobre tivesse surgido só agora, como se não tivesse existido antes e não tivesse sofrido. O mundo se deu conta de sua existência somente hoje, depois que o pobre constitui um perigo, sem o que ninguém o veria. Até ontem seus direitos não existiam, seu problema não tinha importância, se hoje existe é porque se tornou o problema do rico, isto é, da sua segurança e da sua paz. Foi daí que surgiu esse novo amor, não por questão de bondade, mas de luta. Ora, para que acobertar-se com mantos de idealismo, se essa é a realidade da vida e em tais disfarces ninguém crê? Por que insistir no velho método da astúcia, enquanto o mundo quer passar – não porque esteja melhor, mas porque está mais inteligente – ao método da sinceridade e clareza? A ingenuidade está em crer que os velhos sistemas possam ainda valer num mundo que se renova profundamente; está em crer que um determinado tipo de trajetória, constituído por um modo de pensar e de viver, se possa rapidamente corrigir só com a tomada de consciência de tudo isso. A quem conheceu a técnica desses fenômenos, explicada neste volume, poderá vir à mente esta pergunta: não será muito tarde para que uma trajetória, percorrida por tanto tempo no passado e fixada como forma mental e costume social, possa ser corrigida com tais paliativos? Não estará implícito nos equilíbrios da Lei, sendo portanto fatal, que não se poderá chegar àquela correção, senão depois de ter sofrido o choque com aquela Lei e todas as suas conseqüências? Num regime de luta, pode surgir a dúvida de que no passado tenha sido exaltada a virtude da inocência, porque essa significava ignorância, que permite melhor dominar, ao passo que a vida quer e premia a virtude do conhecimento, necessária para vencer a luta sem cair na armadilha da astúcia humana. Com a queda, perdeu-se aquele conhecimento que vai sendo trabalhosamente reencontrado através da experimentação – e nessa conquista consiste a solução. Vimos como se procede à correção do erro devido à ignorância. Por isso a vida é um A Técnica Funcional da Lei de Deus Pietro Ubaldi 60 contínuo experimentar, justamente porque o seu fim é a reconquista do conhecimento. Assim se explica o instinto humano de aventurar-se em toda a sorte de experiências. Muda então o tradicional conceito de evoluído. Ele não é um santo, um anjo, ingênuo e inexperiente, mas um ser que provou e conhece a vida, mesmo nos seus planos mais baixos, de que, porém, fez o esforço de emergir. A superioridade deve ter consciência também do seu oposto, pois, deve ser o fruto de um conhecimento adquirido pela experiência indivíduo. Assim o santo deve conhecer todas as insídias do diabo, porque, se for ingênuo, será vencido por ele. Trata-se uma guerra e o santo deve ser o mais forte e o mais preparado. O evoluído deve conhecer as conseqüências do erro por tê-lo cometido, se não quiser recair nele. Deve ter- se livrado, com seu esforço, da grande punição que o ser infligiu a si mesmo com a queda do AS, isto é, no estado de ignorância da realidade expressa pela Lei. O involuído vive em posição invertida, isto é, no engano, na ilusão que foi chamada a “Grande Maya”. Ele é cego, mas crê que vê, e assim se engana e paga. Enquanto não houver corrigido a sua posição de AS, não terá paz. Deus entende o pensamento de Satanás mas Satanás não entende o pensamento de Deus. A evolução consiste na reabsorção do erro pela dor, do pecado pela penitência, da ignorância pela experiência, do negativo pelo positivo. A evolução é o trabalho de correção, na direção do S, isto é, Deus, da trajetória da vida invertida em direção ao AS. Isso só se obtém com uma serie de tantos lançamentos de trajetórias menores quantas são as vidas, as experiências de superação e as lições a aprender. As condições são desvantajosas porque o lançamento se faz na posição de AS, isto é, emborcado para o negativo. Pelo o fato de os impulsos serem errados, há a necessária de corrigi-los um a um. Mas vejamos agora o que está

Essa pergunta também está no material:

18 - A Técnica Funcional da Lei de Deus (Pietro Ubaldi)
100 pág.

Economia e Turismo Universidade Federal FluminenseUniversidade Federal Fluminense

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Desculpe, mas parece que você colou um texto extenso que não parece ser uma pergunta direta. Se precisar de ajuda com alguma dúvida específica, por favor, sinta-se à vontade para fazer uma pergunta mais direta.

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