Segundo o filósofo Jürgen Habermas, há duas modalidades pelas quais o ser humano usa a razão. A primeira se refere ao uso instrumental, ou seja: utilizo a razão para decidir qual é o melhor instrumento para alcançar uma determinada finalidade. Nesse aspecto, não importa tanto qual é a finalidade, mas sim como alcançá-la. Para isso, o ser humano mobiliza todo seu conhecimento acumulado, suas habilidades e competências intelectuais e todas as informações de que dispõe para resolver determinado problema prático. O outro uso é chamado por Habermas de uso comunicativo da razão. Segundo o autor, não utilizamos a razão apenas para conhecer o mundo e intervir nele; usamos também para comunicarmos e nos entendermos com os outros. Considerando essa teoria, pondere as assertivas a seguir:
I. Para Habermas, os sistemas político e econômico são baseados no uso instrumental da razão.
II. Utilizamos a razão comunicativa para construir consensos, formular regras, tomar decisões conjuntas e decidir sobre quais ações são válidas, boas e justas em quais contextos. Ou seja, usamos a razão comunicativa com finalidades éticas.
III. Habermas entende que as relações cotidianas nos espaços privados e as interações sociais nos espaços públicos costumam (ou costumavam) ser baseadas nesse uso da razão.
IV. Para Habermas, o mundo moderno está cada vez mais sufocando as possibilidades do uso comunicativo da razão: mesmo as relações familiares e as interlocuções no espaço público estão se tornando reféns da lógica instrumental do dinheiro e do poder.
Estão corretas as assertivas:

a. II, III e IV
b. I, II e III
c. I, III e IV
d. I, II, III e IV
e. I, II e IV