No século IV a.C., Aristóteles (384-322 a.C.) produz uma obra de alcance universal, que até hoje continua a ser referência nas áreas de lógica, éti...
No século IV a.C., Aristóteles (384-322 a.C.) produz uma obra de alcance universal, que até hoje continua a ser referência nas áreas de lógica, ética, política e retórica. Para esse filósofo, a ciência deve apresentar coerência interna, reportar-se à realidade e articular de modo lógico as verdades enunciadas. Pode-se chegar a uma conclusão verdadeira por meio do silogismo, que é o modelo de raciocínio que relaciona duas premissas – a maior e a menor –, sendo ambas também verdadeiras. Nesse caso, temos a dedução (ou o método dedutivo), que é própria da demonstração matemática. O conhecimento empírico também fornece base à formulação de conceitos científicos, de caráter geral. Por meio da indução (ou do método indutivo), chega-se à generalização na forma de um conceito, partindo-se da observação de casos singulares que se repetem. A física aristotélica – de natureza qualitativa e integrada às concepções metafísicas desse filósofo – foi superada pelas descobertas de Nicolau Copérnico (1473 - 1543), astrônomo polonês, que propôs o heliocentrismo. Esta doutrina alterou a concepção vigente sobre a estrutura do universo, refutando também o geocentrismo de Ptolomeu (século II d.C.), que vigorou por 14 séculos. Durante a Idade Média, prevalece o teocentrismo, atribuindo-se autoridade científica aos textos bíblicos. Nesse período, filósofos cristãos buscaram conciliar em seus escritos a razão e a fé, corporificadas nas teorias de Platão e Aristóteles e nas verdades contidas nas escrituras sagradas. No século XVII, o surgimento de novas teorias científicas e processos investigativos propiciaram um avanço extraordinário da ciência. Os filósofos que então produziram os conteúdos mais relevantes na área da metodologia científica foram Francis Bacon (1561-1626) e René Descartes (1596-1650). O primeiro, adepto do empirismo, sistematizou os procedimentos que deveriam levar à construção do conhecimento científico, instituindo o método indutivo para a enunciação de leis científicas. O segundo, matemático e cientista, formulou o método racional-dedutivo, baseado no modelo matemático, por meio do qual seria possível estabelecer um sistema de conhecimentos seguramente verdadeiros. Nessa época, uma das figuras de maior preeminência foi Galileu Galilei (1564-1642), professor de matemática e autor de estudos pioneiros na área de física e astronomia. Defendeu a teoria heliocêntrica de Copérnico e formulou os princípios do método matemático-experimental, que se baseava em experimentos e medição dos fenômenos observados. Enunciou leis físicas, expressas matematicamente, invalidando a física qualitativa de Aristóteles.
Compartilhar