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Joaquim é motorista de uma empresa de transporte público municipal. Encontra-se em pleno expediente de trabalho, em uma via movimentada, com o seu ...

Joaquim é motorista de uma empresa de transporte público municipal. Encontra-se em pleno expediente de trabalho, em uma via movimentada, com o seu veículo em condições adequadas de trabalho, conforme inspeção recente. Ao chegar à entrada de um túnel, o motorista do veículo que trafegava na frente do ônibus guiado por Joaquim perde o controle do caminhão que dirigia e para bruscamente, restando atravessado na pista.

Instantaneamente, Joaquim tenta de todas as formas desviar e evitar o acidente, mas acaba colidindo seu ônibus, lotado de passageiros, com o caminhão. Esse acidente causa danos físicos e patrimoniais às vítimas, passageiros de Joaquim.

Com a chegada dos paramédicos, Joaquim descobre que seu Luiz, motorista experiente que dirigia o caminhão, sofrera de um mal súbito que lhe causara um período de inconsciência que deu origem ao acidente automobilístico.

Você está na posição de juiz de uma ação de reparação civil contra o Estado, como você se posicionaria em relação à ocorrência do nexo de causalidade que liga o fato do agente público aos danos causados aos passageiros: houve motivo relevante para romper o nexo causal?

Há por parte do Poder Público, representado pela empresa de transporte coletivo, dever de reparar os danos causados, independentemente da arguição de culpa do agente?

Analise o caso e responda às perguntas, justificando sua resposta.


💡 1 Resposta

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Carlos Oliveira

Padrão de resposta esperado

De acordo com a jurisprudência atual, você, como juiz, terá de analisar se o evento danoso tem alguma relação com a atividade desenvolvida pela administração pública. 

Consoante a legislação (art. 735, do Código Civil – A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.) e a jurisprudência recente, a resposta é não. Embora o mal súbito do motorista do caminhão possa ser considerado um evento acidental ou fortuito, relativamente à atividade desempenhada pelo Estado – o transporte de passageiros – configura-se tão somente uma situação de ocorrência de caso fortuito interno. Significa dizer que não houve ruptura do nexo de causalidade que pudesse afastar o dever de reparar os danos das vítimas pelo Estado.

Há por parte do Poder Público dever de reparar os danos causados, independentemente da arguição de culpa do agente. Demais, o art. 37, §6º, da Constituição Federal dispõe que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurando ao Poder Público apenas o direito de regresso contra o resonsável, nos casos de dolo ou culpa. Sendo assim, apenas deverá haver arguição e prova da culpa em eventual ação de regresso do Poder Público contra o servidor, mas na relação das vítimas contra o Município X a responsabilidade é objetiva, independendo de comprovação de culpa ou dolo.


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