A política econômica é o compartimento da ciência econômica [...] responsável por modificar a vida como ela é para como ela deve ser, com o objetivo de trazer o maior bem-estar possível para a sociedade [...] Diferente de como imaginavam os teóricos clássicos, as leis da natureza não constroem justiças sociais, estabilidade econômica nem crescimento. Esses objetivos têm que ser construídos pela sociedade, por meio de uma conscientização dos indivíduos que a compõem, delegando para um governo que represente essa vontade conscientizada, para que este, utilizando seu poder legal, imponha, por meio de uma política econômica, ações para coibir ou atenuar as falhas existentes no único sistema econômico vigente no mundo atual, e utilizando-se do direito econômico para a legalização procedimental dessas ações. Esse novo sistema econômico, proposto por J. M. Keynes, em que o Estado participa da atividade econômica, foi denominado “sistema misto”, e através do tempo teve uma série de adaptações, mas em essência mantém-se o mesmo, que é a escolha do “mercado” para decidir as questões fundamentais (O quê? Como? e Para quem produzir?), como as duas instituições necessárias para a viabilização do mercado, que são: a propriedade privada; a liberdade de escolha. Mas foi a partir desse novo modelo de produção e distribuição de bens e serviços, para atender as necessidades humanas, que a política econômica passou a ser utilizada efetivamente e, ao seu lado, pela necessidade da legalização, o direito econômico.

Fonte: ALMEIDA, Luiz Carlos Barnabé de. Introdução ao Direito Econômico, Direito da Economia, Economia do Direito, Law And Economics, Análise do Direito. 4. ed. São Paulo, 2012, p. 434.

Considerando o texto apresentado e ponderando a relação de interdependência entre Direito, Economia e Política, percebe-se que o primeiro atua como legítimo instrumento normativo para corporificar as ações políticas governamentais inerentes à área econômica, pois: