Você sabia que os governantes precisam seguir normas para a realização de gastos com o dinheiro público? Existem instrumentos previstos na Constitu...

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Você, como funcionário público atuando no cargo de contador, tem obrigação de explanar ao prefeito os gastos com pessoal e que estes devem se manter dentro dos índices, pois poderão comprometer os pagamentos futuros de pessoal. Além disso, trata-se de uma ação pública ilegal, o nepotismo, que ocorre quando um agente público usa de sua posição de poder para nomear, contratar ou favorecer um ou mais parentes. O nepotismo é vedado, primeiramente, pela própria Constituição Federal, pois contraria os princípios da impessoalidade, da moralidade e da igualdade. Algumas legislações, de forma esparsa, como a Lei n.º 8.112, de 1990, também tratam do assunto, assim como a Súmula Vinculante n.º 13, do Supremo Tribunal Federal.

Você, como contador, tem obrigação de explanar ao prefeito os gastos com pessoal, que devem seguir dentro dos índices. Para os Estados e Municípios, o limite máximo não poderá exceder 60% da receita corrente líquida (RCL). A Lei estabelece ainda a repartição desses limites globais nos seguintes percentuais em relação à RCL:

Se a despesa total com pessoal ultrapassar o limite máximo definido pela LRF, o percentual excedente deve ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço do percentual excedente logo no quadrimestre subsequente ao da apuração. A Constituição Federal estabelece como providências a serem adotadas para recondução da despesa com pessoal no prazo acima descrito: redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança e exoneração dos servidores não estáveis.

Se o gestor não atender essas exigências, pode acontecer de não receber transferências voluntárias que são repasses de outros entes governamentais, geralmente na forma de convênios firmados (contudo, para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes na LRF, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social); de não obter garantia, direta ou indireta, de outro ente para a realização de operações de crédito, geralmente na forma de empréstimos; de não contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal. Essas restrições se aplicam imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão.