.2.16 Quanto à Liberdade ou não para o Início da Persecução Penal
I – Crimes condicionados: a persecução penal depende de uma condição objetiva de ...
.2.16 Quanto à Liberdade ou não para o Início da Persecução Penal I – Crimes condicionados: a persecução penal depende de uma condição objetiva de procedibilidade. Essa condição deve estar prevista expressamente na norma penal; II – Crimes incondicionados: a persecução penal pode ocorrer livremente, sem necessidade de autorização. 1.2.17 Quanto à Violação de Valores Universais I – Crimes naturais: violam valores éticos absolutos e universais; II – Crimes plásticos: não ofendem valores universais, apesar de previstos em leis penais; III – Crimes vazios: são delitos plásticos que não protegem qualquer bem jurídico. Nem toda a doutrina concorda com a existência dessa espécie. 1.2.18 Quanto ao Potencial Ofensivo I – Crimes de mínimo potencial ofensivo: não comportam pena privativa de liberdade; II – Crimes de menor potencial ofensivo: a pena privativa de liberdade em abstrato não ultrapassa dois anos, cumulada ou não com multa – segue o rito do Jecrim (Lei 9.099/95) III – Crimes de médio potencial ofensivo: a pena mínima não ultrapassa um ano, independentemente do máximo da pena privativa de liberdade cominada. São os que cabem a suspensão condicional do processo; IV – Crimes de elevado potencial ofensivo: apresentam pena mínima superior a um ano, não sendo cabível a suspensão condicional do processo. Aplica-se na totalidade os institutos do Código Penal . http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 dade, vez que raramente são apurados e punidos. II – Crime de rua ou crime de colarinho azul: de modo oposto aos crimes de colarinho branco, são aqueles praticados por pessoas economicamente menos favorecidas, em situações de vulnerabilidade. O nome se dá pelo fato de que essa é uma alusão aos operários norte-americanos no final do século XX, denominado e “blue collars”. Quando não integram o conhecimento do Poder Público, constituem as “cifras negras” da criminalidade – ponto a ser melhor estudado em criminologia. 1.2.22 Outras Classificações • Crime gratuito: é o crime praticado sem motivo conhecido. Não se confunde com motivo fútil, pois neste há motivação, porém, desproporcional ao crime praticado. • Crime de ímpeto: é o cometido sem premeditação, decorrente de reação emocional repentina. • Crime de circulação: é o praticado em veículo automotor, a título de dolo ou culpa PREPARAÇÃO EXTENSIVA DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 SEMANA 03/30 24 • Crime de atentado ou empreendimento: É aquele em que a lei pune de forma idêntica o crime consumado e a forma tentada. Ou seja: não há diminuição da pena em face da tentativa. Ex: crime de Evasão mediante violência contra a pessoa Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa • Crime de opinião ou de palavra: cometido com excesso abusivo na manifestação do pensamento, seja pela forma escrita ou verbal. • Crime multitudinário: é aquele praticado pela multidão, em tumulto. A lei não define o que seria multidão, assim, analisa-se o caso concreto. No direito canônico, exigia-se, no mínimo, 40 pessoas. • Crime internacional: aquele que o Brasil, por tratado ou convenção devidamente incorporado ao ordenamento jurídico pátrio, se obrigou a reprimir. Ex: art. 231 do CP - tráfico de pessoas. • Crime de mera suspeita, sem ação ou mera posição: o agente não realiza a conduta, mas é punido pela suspeita despertada em seu modo de agir. Sem reforço doutrinário. Não pode existir no ordenamento pátrio. Ex: contravenção penal do art. 25 (posse de instrumento usual na prática de furto) – e, por isso, o STF a declarou não recepcionada pela Constituição. • Crime inominado: é aquele que ofende regra ética ou cultural consagrada pelo Direito Penal, embora não definido como infração penal. Não é aceito por ferir o princípio da reserva legal. • Crime profissional: é o crime habitual cometido com finalidade lucrativa. Ex: art. 230 do CP (rufianismo). • Crime hediondo: é todo delito que se enquadra no art. 1º da Lei 8.072/1990, na forma consumada ou tentada. Adoção do critério legal. • Crime de expressão: é o que se caracteriza pela existência de um processo intelectivo interno do autor. Ex: CP, art. 342 – falso testemunho. • Crime de ação violenta: é o cometido mediante o emprego de violência ou grave ameaça. Ex: roubo. • Crime de ação astuciosa: é o praticado por meio de fraude, engodo. Ex: estelionato. • Crime putativo, imaginário ou erroneamente suposto: aquele onde o agente acredita ter realmente praticado um crime, mas na verdade, houve um indiferente penal. Trata-se de um não-crime por erro de tipo, erro de proibição ou por obra de agente provocador. • Crime remetido: é o que se verifica quando o tipo penal faz referência a outro crime, que passa a integrá-lo. Ex: art. 304 do CP (uso de documento falso). • Crimes de responsabilidade: dividem-se em próprios (crimes comuns ou especiais) e impróprios (infrações administrativas), que redundam em sanções políticas. • Crime de acumulação - Visam proteger interesses supraindividuais. Analisando-se isoladamente cada conduta, a aplicação da repressão penal pode parecer desproporcional. No entanto, sua prática reiterada é lesiva e pode causar sérios prejuízos. Ex.: crimes contra o meio ambiente. Se alguém for encontrado pescando 1 peixe em local proibido, parece irrelevante para que seja considerado crime. Todavia, se diversas pessoas começarem a pescar por lá, haverá um desequilíbrio ambiental significativo da região. Com isso, o delito de acumulação traz ao intérprete a necessidade de analisar o fato sob esse aspecto, impedindo a aplicação do princípio da insignificância, via de regra. PREPARAÇÃO EXTENSIVA DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA 7 SEMANA 03/30 25 • Crimes parcelares: são os crimes da mesma espécie que compõem a série da continuidade delitiva, desde que preenchidos os requisitos exigidos pelo art. 71, caput, do Código Penal. Adota-se no Brasil a teoria da ficção jurídica – na qual os delitos parcelares são considerados, para fins de aplicação da pena, como um único crime. • Crime de catálogo (LEMBRAR DE LISTA TELEFÔNICA) diz respeito aos delitos compatíveis com a interceptação telefônica, disciplinada pela Lei 9.296/1996, como meio de investigação ou de produção de provas durante a instrução em juízo. 2. SUJEITOS DO CRIME a) Sujeito ativo: é a pessoa que pratica a infração penal. Qualquer pessoa física e capaz e com 18 anos completos pode ser sujeito ativo de crime. * ATENÇÃO: Pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de crimes? A pessoa jurídica é um ente autônomo e distinto dos seus membros, dotado de vontade própria. Pode cometer crimes ambientais e sofrer pena. A CF/88 autorizou a responsabilidade penal do ente coletivo, objetiva ou não. Deve haver adaptação do juízo de culpabilidade para adequá-lo às características da pessoa jurídica criminosa. O fato de a teoria tradicional do delito não se amoldar à pessoa jurídica, não significa negar sua responsabilização penal, demandando novos critérios normativos. É certo, porém, que sua responsabilização está associada à atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio (dolo ou culpa). Conclusão: Tanto a pessoa física quanto a pessoa jurídica praticam crimes ambientais, podendo ser responsabilizadas administrativa, civil e penalmente. STJ – a denúncia deve imputar o fato criminoso à pessoa física para também abranger a pessoa jurídica criminosa. mudança jurisprudencial em 2016 STF (1º Turma) – a denúncia pode imputar o fato criminoso, somente, a pessoa jurídica, principalmente nos casos em que não é possível identificar a pessoa física autora do comportamento indesejado ao meio ambiente (2º Fase MP/MG). Nesse sentido, é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da "dupla imputação.
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