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1ª EDIÇÃO 42I. COMO IDENTIFICAR A PEÇA CABÍVEL Comarca ..., data .... Advogado ..., OAB .... Sempre tenha cuidado com a data, visto que a banca ...

1ª EDIÇÃO 42I. COMO IDENTIFICAR A PEÇA CABÍVEL

Comarca ..., data ....

Advogado ..., OAB ....

Sempre tenha cuidado com a data, visto que a banca costuma pedir o oferecimento da peça no último dia de prazo.

3. FASE PÓS-PROCESSUAL
Para a última fase, veremos o agravo em execução, o único recurso cabível contra decisões do juízo da execução penal, e a revisão criminal, peça a ser ajuizada para rediscutir o mérito de sentença condenatória transitada em julgado.

3.1. Agravo em Execução

Foi cobrada em dois Exames de Ordem. É o recurso a ser interposto contra decisões do juízo da execução penal. Por isso, ainda que a decisão a ser recorrida esteja no rol do art. 581 do CPP (recurso em sentido estrito), a peça a ser feita será o agravo em execução.

Como identificar: o enunciado descreverá uma decisão denegatória de benefício proferida pelo juízo da execução penal.

Base legal: art. 197 da Lei n.º 7.210/84.

Objetivo: a concessão do benefício negado pelo juízo da execução (progressão de regime, por exemplo).

Teses de defesa: não é a peça para se discutir falta de justa causa. Portanto, não tente absolver o condenado ou coisa do tipo. Limite-se aos pedidos típicos da execução penal (progressão de regime, saída temporária, livramento condicional etc.). Também é possível sustentar causas extintivas da punibilidade – abolitio criminis, por exemplo, conforme art. 107, III, do CP.

Prazo: o art. 197 da LEP não estabelece prazo para a interposição e para as razões do agravo. Por isso, doutrina e jurisprudência têm adotado os mesmos prazos gerais do recurso em sentido estrito: cinco dias para a interposição e dois dias para as razões. A respeito do assunto, veja a Súmula 700-STF.

Endereçamento: a interposição é endereçada ao juízo da execução penal e as razões são endereçadas ao tribunal (TJ ou TRF). Sobre o tema, cuidado com a Súmula 192-STJ – se o presídio for federal, Justiça Federal; se estadual, Justiça Estadual, pouco importando a justiça onde o apenado foi julgado e condenado.

Estrutura básica:

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da Vara de Execução Penal da Comarca ...

MANUAL DE PRÁTICA PENAL 2ª fase do Exame de Ordem

1ª EDIÇÃO 43I. COMO IDENTIFICAR A PEÇA CABÍVEL

Muito cuidado com a pegadinha da Súmula 192-STJ, já mencionada.

Nome ..., já qualificado nos autos, vem, por seu advogado, interpor Agravo em Execução, com fundamento no art. 197 da Lei n.º 7.210/84.

Quando a banca cobrou a peça, o gabarito falou em Lei n.º 7.210/84, e não em Lei de Execução Penal. Por isso, acreditamos ser a escolha mais segura.

Pede que Vossa Excelência se retrate de sua decisão e, caso não o faça, que encaminhe o recurso, com as inclusas razões, ao Tribunal de Justiça do Estado ....

Em agravo em execução, é possível a retratação do juiz – a banca pontua o pedido de retratação.

Comarca ..., data ....

Advogado ..., OAB ....

O agravo em execução tem os mesmos prazos gerais do recurso em sentido estrito: cinco dias para a interposição e dois dias para as razões.

Razões de Agravo em Execução

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado ...,

Colenda Câmara,

Douto Procurador de Justiça,

Em que pese o saber jurídico do ilustre julgador da Vara da Execução Penal da Comarca ..., a decisão merece ser reformada pelas razões a seguir:

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1ª EDIÇÃO 44I. COMO IDENTIFICAR A PEÇA CABÍVEL

Se o enunciado apontar o TJ ou TRF onde o processo está tramitando, deve ser mencionado expressamente no endereçamento das razões.

I. DOS FATOS

(...)

Basta resumir o enunciado, como feito nos demais modelos.

II. DO DIREITO

(...)

Embora, em agravo, não tenha muito o que ser pedido, procure fazer a divisão em subtópicos, para uma melhor correção da prova. Tome cuidado com o tempo ao buscar as teses em execução penal, pois, em regra, os vade-mécuns não têm índice alfabético-remissivo na LEP.

III. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, para que seja concedida a progressão de regime.

No XXIV Exame de Ordem, última vez em que caiu a peça, a banca aceitou os pedidos de conhecimento e provimento ou a concessão da progressão de regime, a tese da peça. A FGV tem pontuado apenas os pedidos de conhecimento e provimento, sem que seja necessário especificar o que se busca. No entanto, em sua prova, por segurança, peça, além, do conhecimento e provimento, também os pedidos individualizados (concessão de livramento condicional, por exemplo).

Comarca ..., data ....

Advogado ..., OAB ....

Atenção ao prazo de interposição, que é o mesmo do recurso em sentido estrito.

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1ª EDIÇÃO 45I. COMO IDENTIFICAR A PEÇA CABÍVEL

3.2. Revisão criminal

Caiu em apenas um Exame de Ordem. A revisão criminal equivale à ação rescisória do CPC. É o meio pela qual uma sentença já transitada em julgado pode voltar a ser rediscutida. No entanto, atenção: é peça que pode ser interposta somente em favor do condenado. Se alguém é absolvido de um homicídio e, anos depois, aparece uma filmagem que demonstra que o acusado é, sim, o homicida, nada poderá ser feito.

Como identificar: há uma sentença condenatória transitada em julgado e o condenado quer voltar a discutir o mérito da causa, seja para reconhecer alguma nulidade processual, para ser absolvido ou para melhorar a sua situação prisional.

Novatio legis in mellius e revisão: é preciso ter cuidado para não fazer confusão. Se, durante a execução penal, sobrevier nova lei, mais benéfica (novatio legis in mellius), compete ao juízo da execução aplicá-la – em caso de decisão denegatória, deve ser interposto agravo em execução. A mesma regra vale para a situação de abolitio criminis, quando a lei posterior deixa de considerar crime determinada conduta. Nesse sentido, veja a Súmula 611-STF. A revisão criminal não é a peça cabível para a aplicação de nova lei durante a execução penal.

Base legal: art. 621 do CPP.

Objetivo: depende de qual inciso do 621 do CPP a sua revisão foi embasada. Se houver prova nova da inocência do condenado, pode ser pleiteada a absolvição. Por outro lado, se não foi reconhecida alguma causa de diminuição de pena (ex.: o arrependimento posterior, do art. 16 do CP), o objetivo será a diminuição da pena.

Teses de defesa: a identificação das teses em revisão é tarefa das mais fáceis. Isso porque, para que seja possível a revisão, o enunciado terá de descrever a sentença condenatória proferida contra o revisionando, com todos os detalhes. Considerando que as hipóteses de cabimento da revisão são apenas aquelas do art. 621 do CPP, basta fazer o cruzamento de informações: o que assegura o art. 621 e o que foi injusto na sentença condenatória. Para isso, o examinando deverá fazer a análise do caso proposto, como faria em qualquer outra peça. Se o agente praticou um furto, leia a respeito do delito e descubra se não era cabível alguma causa de diminuição de pena. Se a pena-base foi fixada acima do mínimo legal, veja se não houve algum equívoco. Para a hipótese de revisão por violação da lei (art. 621, I), a pesquisa é mais extensa, pois terá de ser estudada se a sentença foi ou não justa, com base em toda a legislação. Já em caso de prova nova (art. 621, III), o próprio enunciado dirá que prova é essa, bastando fundamentá-la. Além da justa causa, da extinção da punibilidade e de excessos na punição, devem ser analisadas eventuais nulidades, que também ensejam o oferecimento da revisão.

Prazo: não existe. A qualquer tempo pode ser oferecida. Imagine que, há trinta anos, um indivíduo cumpriu pena por um roubo. Passado todo esse tempo, surge uma prova nova, que demonstra, sem dúvida alguma, que ele é inocente. Há interesse em ser absolvido? É claro que sim, até para ple

Essa pergunta também está no material:

Manual de prática penal - peças processuais
141 pág.

Direito Penal II Centro Universitário de Barra MansaCentro Universitário de Barra Mansa

💡 1 Resposta

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Com base no texto fornecido, a peça cabível para interpor contra decisões do juízo da execução penal é o Agravo em Execução. Portanto, a alternativa correta é: B) Agravo em Execução

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