A biotransformação do álcool etílico ocorre pela ação da enzima ADH, que transforma o álcool em aldeído. Posteriormente, a aldeído desidrogenase o ...
A biotransformação do álcool etílico ocorre pela ação da enzima ADH, que transforma o álcool em aldeído. Posteriormente, a aldeído desidrogenase o transforma em acetato, que pode ser transformado em CO2 + H2O ou ser utilizado para a formação de acetil-CoA. Essa biotransformação ocorre dessa forma em todos os organismos, porém existem fatores genéticos que podem intervir nesse processo, reduzindo a eficácia. Toxicodinâmica do etanol Nas intoxicações agudas por álcool, o SNC é muito afetado, causando, inicialmente, sedação e alívio da ansiedade. Já em concentrações elevadas temos comportamento desinibido, ataxia e fala arrastada. Quando consumido em altas concentrações, mesmo que de forma aguda, pode levar ao coma. O etanol eleva a ação do GABA nos receptores de GABAA, sendo capaz de intensificar muitos dos efeitos do álcool. No consumo agudo, também acontece a inibição da capacidade do glutamato de abrir os canais catiônicos associados ao NMDA, o que está relacionado a aspectos cognitivos como aprendizagem e memória. CITANDO “Os blecautes (blackouts) – períodos de perda da memória que ocorrem com níveis elevados de álcool – podem resultar da inibição da ativação dos receptores de NMDA” (sic) (KATZUNG; TREVOR, 2017, n. p.). Inalantes Os inalantes apresentam seus primeiros efeitos segundos após o uso, e esses efeitos duram de 15 a 45 minutos. Algumas das substâncias mais utilizadas são voláteis e lipossolúveis, o que facilita a ação no SNC, por serem rapidamente transportadas pela barreira hematoencefálica. A ação dos inalantes sobre o SNC é muito semelhante à ação observada no etanol, pois as substâncias também agem sobre os receptores NMDA e GABA. Essa interação resulta em inibição dos receptores excitatórios dos neurônios e estimulação dos receptores inibitórios, causando uma depressão do SNC. Toxicodinâmica dos inalantes O consumo agudo dos inalantes resulta em concentrações elevadas dos compostos em períodos curtos. A reação do corpo à intoxicação é muito semelhante às apresentadas na intoxicação por etanol. Entre eles, estão a euforia e desinibição inicial e sonolência, e, em concentrações maiores, ataxia, alucinações, desorientações, hipóxia e coma. Toxicidade crônica dos inalantes O uso crônico de inalantes é relacionado a distúrbios no coração, pulmão, rins, fígado e cérebro. A ação prolongada sobre o SNC pode levar a disfunções cerebrais devido ao acúmulo das substâncias nos neurônios. Após a utilização prolongada, o indivíduo pode apresentar sintomas relacionados à parte cognitiva e psicomotoras, o que pode ter relação principalmente com danos na matéria branca cerebral. Também é possível que o consumo crônico de inalantes possa levar ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla. Tratamento O tratamento da intoxicação aguda por etanol tem como objetivo impedir a depressão respiratória grave e aspiração de vômito. Durante esse tratamento, é necessário corrigir a hipoglicemia, a cetoacidose e o desequilíbrio de eletrólitos, por meio da administração de líquidos com eletrólitos e glicose. No caso de pessoas em crise de abstinência, o principal objetivo é prevenir convulsões, delírios e arritmias. Então, deve-se estabilizar o potássio, o magnésio e o fosfato. Em todos os casos, utiliza-se o tratamento com a tiamina, e, em casos mais graves, existe a necessidade de substituir o álcool por um fármaco sedativo-hipnótico de longa duração.
A biotransformação do álcool etílico ocorre pela ação da enzima ADH, que transforma o álcool em aldeído. Posteriormente, a aldeído desidrogenase o transforma em acetato.
0
0
✏️ Responder
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Compartilhar