O servidor público víncula-se de modo especial com a Administração Pública sujeitando-se às determinações estatutárias. O que diz a constituição?
Maria Cipriani
larissa oliveira
Os funcionários públicos eles são proibidos de exercer atividade empresarial.
Felipe Castello
Ao estar investido no cargo por concurso público, deve cumprir sua função de acordo com o conjunto de competências que lhe são legalmente atribuídas. No exercício de sua função está sujeito ao cumprimento de deveres sendo-lhe proibidas determinadas condutas.
O desenvolvimento da atividade do servidor público atribui-lhe um singular caráter de dignidade. Em vista do exercício de sua função, não poderá exercer outras atividades, ainda que legais, honestas, idôneas, e fora do horário de seu expediente. Assim é que, zelando pela qualidade da atividade pública, proibe-se ao servidor público o exercício de gerência de empresa privada.
Lei 8.112/90: Estatuto dos servidores civis da União:
Art. 117. Ao servidor é proibido:
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída par prestar serviços a seus membros e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário.
Lei 6.174/70: Estatuto dos servidores civis do Estado do Paraná:
Art. 285. Ao funcionário é proibido:
VII – enquanto na atividade, participar de diretoria, gerência, administração, Conselho Técnico ou Administrativo de empresa ou sociedade comercial ou industrial:
a) Contratante ou concessionária de serviço público estadual;
b) Fornecedora de equipamento ou material de qualquer natureza ou espécie, a qualquer órgão estadual.
Lei Complementar 92/02: Estatuto dos Auditores Fiscais do Estado do Paraná:
Art. 114. Ao Auditor Fiscal, além das demais vedações previstas na legislação referente aos funcionários civis do Estado, é proibido:
II – exercer atividade comercial ou participar de sociedade empresarial, exceto como acionista ou quotista.O Estatuto dos servidores da União, 8112/90, art. 132, preconiza que a demissão será aplicada também nos casos de transgressão dos incisos IX a XVI, do art. 117, compreendendo, pois, o inciso X, que é o caso da participação de gerência ou administração de sociedade privada.
Há que se considerar que, no mundo dos fatos, podem ocorrer as seguintes alternativas, didaticamente separadas:
a) Gerência exercida de fato com ou sem vínculo empregatício;
b) Gerência exercida com ou sem cláusula apontando a responsabilidade gerencial;
c) Apontamento em cláusula da responsabilidade gerencial isolada ou em conjunto mas sem exercê-la de fato.
O primeiro passo é verificar se, documentalmente, pelo Contrato Social, resta comprovada a inserção do servidor como sócio e como gerente.
Todavia, não basta constar o nome do servidor como gerente da empresa no Contrato Social para tipificar infringência que tem como conseqüência a demissão.
Ainda que houvesse esporádicos atos gerenciais, a penalidade de demissão seria desproporcional ao modo como o bem jurídico foi ofendido pelo servidor.
A proibição objetiva preservar a boa, contínua, regular e zelosa prestação do serviço exercido pelo agente público.
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