Na década de 1960, os marxistas da URSS tratavam o movimento conhecido como 'marxismo cultural' com o mesmo grau de ceticismo que os cristãos seguidores da Bíblia tratam o modernismo teológico. Em outras palavras, eles negavam veementemente que aquilo representasse o verdadeiro marxismo.
Quando você abandona os princípios fundamentais de uma determinada ideologia, mas ainda tenta manter o nome dessa ideologia — porque há muitos seguidores dela —, você será tratado pelos defensores da ideologia original como um invasor.
O marxismo cultural está para o marxismo assim como o modernismo está para o cristianismo. Qualquer indivíduo que considere que marxismo cultural é marxismo não entende nada de marxismo. No entanto, tal postura é muito comum em círculos conservadores. Trata-se de um grande erro estratégico porque representa, acima de tudo, um erro conceitual.
O coração, a mente e a alma do socialismo marxista ortodoxo é um só: o conceito de determinismo econômico. Marx argumentou que o socialismo é historicamente inevitável porque haverá uma inevitável transformação do modo de produção da sociedade. Ele argumentou que o modo de produção é a subestrutura de uma sociedade, e que a cultura geral é a superestrutura. Segundo ele, as pessoas se apegam a uma visão específica das leis, da ética e da política de uma sociedade somente por causa de seu comprometimento a um modo específico de produção. Se esse modo de produção for alterado, o apego das pessoas às leis, à ética e à política será alterado.
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