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ALGUÉM SABE O PAPEL DA TCU NA PPP?

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Deyverson Gonçalves (RJ)

http://www.planejamento.gov.br/apresentacoes/infraestrutura-e-parceria-para-o-desenvolvimento/apresentacao-tcu-uriel-de-almeida-papa.pdf

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Especialistas PD

 

As Parcerias Público-Privadas são firmadas por meio de licitação e formalizadas via contrato administrativo. Além disso, podem envolver – e frequentemente envolvem – transferência de recursos públicos aos concessionários.

Nesse sentido, o Tribunal de Contas da União terá papel de destaque na fiscalização desses 3 aspectos, quais sejam, licitação, contratos administrativos de PPPs (legalidade do contrato em si e cumprimento do contrato) e transferência de recursos públicos (aplicação correta dos recursos), nos termos do art. 71 da Constituição Federal.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

O papel fiscalizatório exercido pelos Tribunais de Contas pode ser melhor entendido por meio da análise de casos concretos retirados, respectivamente, dos sites do TCU, TCE-SP e da Prefeitura de Uberaba. Vejamos.

  • “PPP para controle do tráfego aéreo tem 1º estágio aprovado pelo TCU

Parceria público-privada de R$ 4,5 bilhões, ao longo de 25 anos, foi avaliada pelo Tribunal, sob a relatoria do ministro-substituto Marcos Bemquerer. O Comando da Aeronáutica deve desenvolver plano para evitar descontinuidade

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou o primeiro estágio do processo de licitação e contratação da Parceria Público-Privada para a Gestão de Rede de Comunicações Integrada do Comando da Aeronáutica (PPP-GRCIC). Sob a relatoria do ministro-substituto Marcos Bemquerer, o Tribunal analisou o que deverá ser a primeira PPP da administração direta no âmbito federal.

A importância da concretização dessa parceria foi ressaltada pelo Comando da Aeronáutica (Comaer), que considera que seu objeto “é de importância ímpar para o desenvolvimento da sensível e delicada atividade de controle do tráfego no espaço aéreo brasileiro”, revela em seu voto o ministro-relator.

A PPP-GRCIC visa à elaboração de projeto, instalação, operação, gestão, manutenção, modernização e expansão da rede de comunicações integrada do Comando da Aeronáutica por 25 anos, prorrogável por mais dez. O objetivo é garantir os serviços de manutenção e atualização tecnológica da rede atual, além de atender à necessidade de evolução dos sistemas de comunicação, navegação, vigilância e gerenciamento de tráfego aéreo.

Para tanto, o valor estimado da contraprestação, a ser pago à Sociedade de Propósito Específico (SPE), passa de R$ 4,5 bilhões, ao longo dos 25 anos. Os investimentos previstos são de quase R$ 1,3 bilhão. Por sua vez, as despesas operacionais passam de R$ 2 bilhões, em valores não descontados.

Em suma, a análise do TCU averiguou quatro aspectos da parceria. O Tribunal verificou a viabilidade econômica e financeira da PPP-GRCIC. O segundo ponto concerne à Tecnologia da Informação (TI), no qual foram examinadas a regularidade, consistência e exatidão dos valores do orçamento dos materiais e serviços, bem como sua viabilidade técnica.

A Corte de Contas se debruçou sobre a atividade-fim da parceria, de controle e defesa do espaço aéreo. O quarto parâmetro avaliado pelo Tribunal foi a verificação da observância dos preceitos de responsabilidade fiscal adotados pelo Comaer para registro de despesas e receitas relativas ao contrato da PPP-GRCIC, e possíveis mutações patrimoniais decorrentes.

Em sua decisão, relatada pelo ministro-substituto Marcos Bemquerer, o TCU aprovou o primeiro estágio da parceria. No entanto, foram feitas algumas considerações. Foi identificado o risco de descontinuidade, por isso o Tribunal determinou ao Comando da Aeronáutica que estruture plano de contingência ao gerenciamento de riscos da implementação da sua Rede de Comunicação Integrada. Devem ser previstas ações para garantir a continuidade das operações de controle do espaço aéreo.

Outra determinação do Tribunal diz respeito à criação de mecanismos de monitoramento a fim de detectar, no âmbito da PPP-GRCIC, desvios significativos nos valores da contraprestação paga pelo poder concedente. A implementação desses mecanismos compete ao Ministério da Defesa, à Secretaria de Orçamento Federal e à Secretaria do Tesouro Nacional.

A análise do TCU foi a primeira de um total de cinco estágios, a serem desenvolvidas nos termos de sua Instrução Normativa 52, de 2007, que dispõe sobre o controle e a fiscalização da Corte de Contas sobre os procedimentos de licitação, contratação e execução contratual de PPP.”

 

  • “TCESP anula licitação de PPP para tratamento e coleta de lixo

Em julgamento da sessão do Tribunal Pleno de 21/11/12, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo – TCESP determinou a anulação de procedimento licitatório que objetivava a contratação de Parceira Público-Privada de concessão administrativa para a delegação da prestação de serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos. O voto, de relatoria da conselheira Cristiana de Castro Moraes, acolhido à unanimidade pelo Plenário, considerou que o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos não atendia aos requisitos da Lei nº 12.305/10, que regula a matéria, além da não observância ao artigo 28 da Lei nº 11.079/04, no que tange ao endividamento máximo da Receita Corrente Líquida, com as despesas da contraprestação que será paga ao parceiro privado.”

 

  • “Tribunal de Contas apresenta análise técnica favorável a PPP da Iluminação Pública

O parecer foi positivo e citado como vantajoso a opção da Parceria-Público-Privada adotada pelo Município

Foi apresentada pela Diretoria de Fiscalização de Materiais Especiais (DFME) e Coordenadoria de Fiscalização de Concessões e Projetos Financiados do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), a análise técnica referente ao novo edital de licitação da Parceria-Público-Privada (PPP) da Iluminação Pública.

Em 2016, por determinação do Prefeito Paulo Piau, foi publicado o edital de ampla concorrência, o que acabou sendo questionado por licitantes. O processo tramitou no TCEMG por mais de dois anos resultando na elaboração do novo edital. O novo parecer técnico foi expedido pela analista de Controle Externo, Luciana Menicucci de Miranda Procópio que apresentou duas recomendações relevantes para garantir que o processo seja coerente com a proposta inicial.

Segundo a especialista, os autos referentes ao edital foram analisados para atender a prestação de serviços de iluminação pública nas vias e áreas públicas da cidade, incluindo o desenvolvimento, modernização, ampliação, extensão, eficientização energética, operação e manutenção e terá como vencedor a proposta de menor valor de contraprestação mensal que terá o prazo previsto para a prestação de serviço de 30 anos a partir da emissão da primeira ordem de serviço. O processo foi acompanhado pelo Controlador do Município, Carlos Bracarense.

Foram avaliados diversos aspectos acerca do processo, entre esses as diretrizes para licenciamento ambiental, uma das exigências anteriores que foi sanada pelo município no novo edital. Sobre este assunto, foi solicitado que antes do início dos serviços da implantação das luminárias LEDS, a empresa vencedora apresentará o Plano de gerenciamento de Resíduos Sólidos. 

Sobre a questão do endividamento do município em decorrência do valor contratual foi observado que os valores estão compatíveis com os limites legais, sendo apontada a necessidade de avaliação permanente da arrecadação e dos gastos previstos. De acordo com o Controlador, o município apresentou informações referentes ao endividamento concluindo que o valor projetado está dentro do limite permitido pela Resolução 40 do Senado Federal e esta em estrita observância.

Como o limite de endividamento previsto de até 120% da receita corrente liquida seria de R$1.199.767,03 e o valor da dívida total projetada incluindo o contrato da Parceria-Público-Privada estaria em torno de R$447.255.629,80 - como observa o valor total da dívida - encontra-se bem abaixo do limite do endividamento previsto para o município de Uberaba, sendo apresentado planilhas justificando a razão que o levou a opção da PPP. O que acabou sendo considerada como uma vantagem a opção da escolha da PPP da Iluminação.

Segundo o prefeito Paulo Piau, “o parecer apresentado demonstra o trabalho realizado pela equipe responsável. O resultado demonstra a transparência, a lisura e a eficiência na condução dos trabalhos e na elaboração do novo edital, tanto é que possibilitou neste segundo momento a ampla disputa de 20 empresas que compõe os cinco consórcios que atualmente participam do processo de licitação da PPP da iluminação”, avalia o prefeito.

Bracarense esclareceu que não existem outros projetos em andamento e por isso “estando a PPP da iluminação pública enquadrada dentro do limite de 5% da receita corrente liquida. Sobre o assunto vale salientar que os limites de endividamento resultantes das contratações de PPP’s foram fixados dentro da legislação federal”, destacou.

A responsável técnica confirmou ainda que as irregularidades e inconsistências apontadas no edital anterior já forma corrigidas. Sendo determinado o acompanhamento permanente após assinatura do contrato.

Em relação à arrecadação da COSIP e gastos previstos para a concessão foi exigido à apresentação de projetos luminotécnicos para todas as obras a serem executadas pela concessionária conforme previsto no edital, o que será avaliado por uma equipe capacitada do município que também estará envolvida no acompanhamento da execução contratual.

Essa nova análise será encaminhada para o Ministério Público de Contas que também dará o seu parecer. O parecer será incluído no processo que após voto do relator seguirá para julgamento.”

 

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