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Leia atentamente os dois textos a seguir e analise, à luz da neuroeducação, as abordagens apresentadas sobre a atenção, o funcionamento cerebral e a organização didático-pedagógica em ambientes escolares.

Texto 1

As memórias se formam quando um grupo de neurônios é ativado simultaneamente, mas o cérebro humano não mantém uma atenção contínua e intensiva por longos períodos. Isso revela a necessidade de processos educativos que respeitem o funcionamento cerebral, favorecendo atividades de reflexão e pausas cognitivas. Sylwester (1995) destaca que os neurotransmissores responsáveis pela atenção estão mais disponíveis no início do dia, o que implica em repensar os horários escolares para potencializar o rendimento dos alunos. Já Jensen (1998) alerta que a exigência excessiva de atenção prolongada pode levar a diagnósticos equivocados de transtornos de déficit de atenção, frequentemente tratados com medicação desnecessária, quando o problema poderia ser pedagógico e não patológico.

Texto 2

Saldanha (2007) propõe como principal estratégia de regulação da atenção o uso de humor, variações na entonação da voz, reorganização do espaço físico e o incentivo ao movimento em sala de aula. Essas práticas ativam neurotransmissores como a endorfina, promovem oxigenação cerebral e fortalecem vínculos sociais. Morino & Silva (2012) reforçam que a aprendizagem não deve estar atrelada exclusivamente à rigidez disciplinar, mas sim a uma proposta metodológica que leve em conta a biologia da atenção, a afetividade e o ritmo de cada aprendiz, fazendo do humor e da ludicidade estratégias legítimas para a construção do conhecimento.
Com base na leitura e interpretação crítica dos textos, assinale a alternativa que melhor expressa a relação entre as concepções neurocientíficas sobre atenção e as implicações pedagógicas na organização do ensino:
Ambos os textos valorizam a estabilidade emocional e a previsibilidade como elementos fundamentais para manter a atenção, defendendo o controle disciplinar como principal estratégia de regulação comportamental no espaço escolar.
Os autores divergem quanto ao papel da organização do tempo escolar, pois enquanto o primeiro texto defende a rigidez dos horários como forma de disciplinar o cérebro, o segundo propõe rupturas com as estruturas temporais tradicionais.
As proposições dos textos priorizam exclusivamente abordagens terapêuticas e médicas do comportamento desatento em sala de aula, reafirmando a importância do diagnóstico clínico precoce na organização dos processos de ensino.
Os textos convergem ao reconhecer que a atenção humana tem limites neurobiológicos, defendendo uma pedagogia mais sensível às variações cognitivas dos alunos e a adoção de estratégias flexíveis, sensoriais e afetivas que promovam maior engajamento.
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CuriosidadesGerais

há 5 meses

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há 5 meses

A alternativa que melhor expressa a relação entre as concepções neurocientíficas sobre atenção e as implicações pedagógicas na organização do ensino é: "Os textos convergem ao reconhecer que a atenção humana tem limites neurobiológicos, defendendo uma pedagogia mais sensível às variações cognitivas dos alunos e a adoção de estratégias flexíveis, sensoriais e afetivas que promovam maior engajamento." Essa opção reflete a ideia central de ambos os textos, que enfatizam a importância de respeitar o funcionamento do cérebro e a necessidade de abordagens pedagógicas que considerem as limitações da atenção e promovam um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e adaptado às necessidades dos alunos.

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A neuroeducação tem se consolidado como um campo emergente, buscando integrar os avanços das neurociências ao processo educacional. Esse movimento propõe que o entendimento das funções cerebrais pode contribuir para a construção de metodologias pedagógicas mais eficazes e personalizadas. Contudo, enquanto muitos defendem que a neurociência deve se tornar uma base para a prática pedagógica, outros se mostram céticos quanto à sua aplicabilidade direta nas escolas, questionando a real necessidade de os educadores dominarem conceitos neurológicos para o desenvolvimento de suas práticas. Em meio a essa discussão, surge a proposta de uma nova categoria profissional: os neuroeducadores, responsáveis por articular os avanços neurocognitivos ao currículo educacional.
Com base nas informações apresentadas, assinale a alternativa correta:
I. O neuroeducador tem como missão principal guiar a implementação de estratégias pedagógicas baseadas nos avanços neurocientíficos, levando em consideração os processos cerebrais e as características cognitivas dos alunos para aprimorar a aprendizagem.
II. A formação do neuroeducador deve se limitar à compreensão teórica da anatomia cerebral, sem a necessidade de uma aplicação prática desses conhecimentos no cotidiano das escolas. O neuroeducador deve, portanto, atuar como um consultor científico para os professores, sem envolvimento direto com os alunos.
III. Os neuroeducadores são responsáveis por formar os educadores na prática da neuroeducação, incentivando a integração dos conhecimentos neurocientíficos ao ensino diário, com o objetivo de promover métodos pedagógicos adaptados às necessidades cognitivas dos alunos.
IV. A neuroeducação tem como foco principal a formação acadêmica de educadores em níveis superiores, não tendo impacto direto nas práticas pedagógicas aplicadas nas escolas de ensino básico ou fundamental.
Apenas I e III estão corretas.
Apenas II e IV estão corretas.
Apenas I e IV estão corretas.
Todas as afirmativas estão corretas.

A neuroeducação, como campo interdisciplinar, surge da confluência entre as neurociências e a pedagogia, oferecendo novas perspectivas sobre o processo de aprendizagem. Este campo não se limita apenas à compreensão de como o cérebro funciona, mas também explora como diferentes mecanismos cognitivos, como atenção, motivação e memória, interagem e influenciam a aquisição de conhecimento. Ao integrar conhecimentos das ciências biológicas, psicológicas e educacionais, a neuroeducação busca aprimorar práticas pedagógicas, criando ambientes de ensino mais eficazes. A compreensão profunda desses mecanismos pode não só enriquecer a prática educativa, mas também contribuir para o desenvolvimento de estratégias pedagógicas que considerem as particularidades neurobiológicas dos aprendizes.
Com base nas discussões sobre os fundamentos da neuroeducação e seus princípios básicos de atenção, motivação e memória, como a interação entre esses fatores pode ser entendida dentro do contexto de aprendizagem eficaz, e de que maneira ela contribui para a criação de estratégias pedagógicas mais adaptadas às necessidades cognitivas dos alunos?
A relação entre atenção, motivação e memória é dissociada e sequencial, ou seja, a memória depende unicamente de um processo de atenção isolado, com a motivação atuando apenas de maneira residual após a consolidação da aprendizagem.
A integração entre atenção, motivação e memória não se dá de forma linear e sim de forma complexa e recursiva, onde o aumento do conhecimento sobre um determinado tema pode intensificar tanto o interesse quanto a capacidade de retenção, estabelecendo um ciclo positivo que reforça a aprendizagem.
A motivação e a memória são aspectos independentes no processo de aprendizagem, sendo que a motivação atua de forma primordial na formação de novos conhecimentos, enquanto a memória apenas armazena passivamente as informações sem influenciar o engajamento do aluno.
A atenção e a motivação são fatores externos ao processo de aprendizagem, não tendo relevância direta na formação de memória, que é unicamente dependente dos processos fisiológicos do cérebro relacionados à neuroplasticidade.

A percepção é um processo fundamental para a construção do conhecimento, pois permite ao ser humano associar as informações sensoriais à memória e à cognição, contribuindo para a formação de conceitos sobre o mundo e sobre si mesmo. Lent (2005) acrescenta que a percepção não se resume à simples transcrição sensorial do mundo exterior para a mente, mas envolve uma construção contínua e complexa das representações sensoriais. Além disso, a mente humana não funciona como uma câmera de vídeo, processando e armazenando fragmentos sensoriais, mas organiza o conhecimento a partir de princípios de significação.
Nesse contexto, é correto afirmar que:
A percepção é um processo passivo que se limita à simples transcrição de informações sensoriais para a memória, sem envolver a construção de representações cognitivas ou a organização de significado.
A percepção se inicia exclusivamente com a recepção de estímulos pelos cinco sentidos clássicos (visão, audição, sensibilidade corporal, olfação e gustação), sem considerar outras formas de percepção inconsciente ou interna do corpo.
A percepção é um processo complexo e dinâmico que envolve a combinação de características sensoriais extraídas dos objetos, com o intuito de construir representações cognitivas do mundo, fundamentais para o reconhecimento e orientação do comportamento.
A percepção ocorre apenas no nível consciente, sendo que qualquer alteração no ambiente físico ou nas condições internas do corpo, como a posição corporal e mudanças sutis da pressão sanguínea, não afetam a construção das representações sensoriais.

A neurociência tem avançado no entendimento dos processos cognitivos e das estratégias pedagógicas mais eficazes. A investigação sobre os mecanismos de atenção revela que a atenção humana é finita e flutuante, com o cérebro demonstrando maior capacidade de atenção pela manhã, conforme evidenciado por Sylwester (1995). Essa constatação científica sublinha a necessidade de adaptação dos horários escolares para refletir os ritmos biológicos do aluno, promovendo uma aprendizagem que respeite a dinâmica cerebral. Ainda, a pressão por uma atenção contínua e prolongada no ambiente educacional, muitas vezes, pode gerar diagnósticos equivocados de déficit de atenção, resultando em tratamentos farmacológicos desnecessários, como alerta Jensen (1998). Nesse contexto, é crucial que os educadores reconheçam que a falta de atenção nem sempre é indicativa de uma patologia, sendo fundamental que a escola implemente estratégias que promovam e mantenham a atenção dos alunos de maneira eficaz e saudável.
Assinale a alternativa correta:
Asserção: A adaptação do ambiente escolar aos ritmos biológicos do aluno, por meio de horários ajustados e estratégias de ensino que promovam a atenção sem sobrecarregar o cérebro, pode melhorar significativamente o aprendizado, evitando diagnósticos errôneos e tratamentos inadequados.
Razão: A implementação de atividades centradas em mudanças no ritmo da aula, como a utilização de humor, contrastes, e atividades físicas, é uma maneira eficaz de manter a atenção dos alunos, prevenindo a sobrecarga cognitiva e promovendo uma aprendizagem mais eficaz e prazerosa.
A asserção é verdadeira, mas a razão é falsa, pois a utilização de estratégias como humor e mudança no ritmo da aula não tem impacto direto na aprendizagem dos alunos.
A asserção e a razão são verdadeiras, e a razão justifica adequadamente a asserção.
A asserção é falsa, pois o ajuste dos horários escolares não possui relevância significativa no aprendizado, enquanto a razão é verdadeira, pois mudanças no ambiente de sala de aula de fato auxiliam na atenção.
A asserção e a razão são falsas, pois a neurociência não traz contribuições relevantes para a melhoria do ambiente escolar.

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