Há, pois, um papel relevante a ser cumprido pela Filosofia na esfera jurídica. Como produto da experiência, o Direito, em sua concreção fática, pode adotar diferentes ideologias e assumir variados modelos. As formações jurídicas não se fazem alheias às correntes de pensamento: pressupõe sempre uma opção ideológica, uma interpretação objetiva da realidade. Tal é a importância da scientia altior para esse campo do pensamento, que não se consegue chegar ao Direito legítimo sem a reflexão filosófica. É que o fenômeno jurídico, por influenciar a vida humana, deve ser estudado paralelamente à análise do homem, e as suas formulações devem desenvolver projetos homogêneos de existência.
NADER, P. Filosofia do Direito. 25. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
Considerando a importância e influência dos grandes filósofos da antiguidade para o Direito, analise a situação hipotética a seguir.
Daniel é um renomado doutor em filosofia e foi convidado por uma universidade para ministrar uma aula aos alunos do curso de Direito sobre “A justiça e o Direito segundo Aristóteles”. Considerando que Aristóteles foi uma mente brilhante, de ideias importantes e relevantes para o Direito na atualidade, Daniel separou os principais pontos para abordar com os alunos da universidade.
Dentre os pontos abordados por Daniel em sala de aula, julgue os itens a seguir.
I. De acordo com Daniel, a ética de Aristóteles está vinculada à noção de virtude e, para o filósofo, a virtude se divide em intelectual e moral. A virtude intelectual requer experiência, enquanto a virtude moral é um hábito adquirido pelo exercício, como, por exemplo, tornar-se corajoso praticando atos corajosos.
II. Daniel explicou que, para Aristóteles, a justiça é uma virtude, que se relaciona com a acepção de justiça total e justiça particular. A justiça total se trata do respeito às normas para o bem comum. Dessa forma, se alguém não observa as normas, por exemplo, é injusto em sentido total, agindo para si e por si.
III. Daniel pontuou que Aristóteles distingue o que é justo por natureza do que é justo por lei. O justo por natureza independe da decisão positiva e o justo por lei depende de um ato legislativo. Para Aristóteles, há uma prioridade da justiça legal sobre a justiça natural.
É correto o que se afirma em
A)
I, apenas.
B)
III, apenas.
C)
I e II, apenas.
D)
II e III, apenas.
E)
I, II e III
Ed
mês passado
Vamos analisar cada um dos itens apresentados: I. De acordo com Daniel, a ética de Aristóteles está vinculada à noção de virtude e, para o filósofo, a virtude se divide em intelectual e moral. A virtude intelectual requer experiência, enquanto a virtude moral é um hábito adquirido pelo exercício, como, por exemplo, tornar-se corajoso praticando atos corajosos. Verdadeiro. Aristóteles realmente distingue entre virtudes intelectuais e morais, e a virtude moral é adquirida por meio da prática. II. Daniel explicou que, para Aristóteles, a justiça é uma virtude, que se relaciona com a acepção de justiça total e justiça particular. A justiça total se trata do respeito às normas para o bem comum. Dessa forma, se alguém não observa as normas, por exemplo, é injusto em sentido total, agindo para si e por si. Verdadeiro. Aristóteles discute a justiça em termos de justiça total (ou geral) e particular, e a justiça é, de fato, uma virtude. III. Daniel pontuou que Aristóteles distingue o que é justo por natureza do que é justo por lei. O justo por natureza independe da decisão positiva e o justo por lei depende de um ato legislativo. Para Aristóteles, há uma prioridade da justiça legal sobre a justiça natural. Falso. Aristóteles realmente faz essa distinção, mas ele não prioriza a justiça legal sobre a justiça natural; na verdade, a justiça natural é considerada superior, pois é universal e não depende de convenções humanas. Com base nessa análise, os itens I e II estão corretos, enquanto o item III está incorreto. Portanto, a alternativa correta que contém todos os itens verdadeiros é: C) I e II, apenas.
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