Oliveira e Silva (2017) definiram três vertentes para o campo da Psicomotricidade. Essas vertentes têm ligação direta com as fases das pesquisas desenvolvidas pelos teóricos que atuaram para construir a Psicomotricidade como ciência e, por isso, podem ser relacionadas à própria historicidade da Psicomotricidade. Disserte sobre cada vertente da Psicomotricidade segundo essas autoras.
FONTE: OLIVEIRA, A. C.; SILVA, K. C. Ludicidade e Psicomotricidade. Curitiba: Intersaberes, 201
Ed
mês passado
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Marlene Pazos
mês passado
Segundo Oliveira e Silva (2017), o campo da Psicomotricidade pode ser compreendido a partir de três vertentes, que dialogam diretamente com a evolução histórica das pesquisas e teorias que contribuíram para sua consolidação como ciência. Essas vertentes revelam a maneira como o corpo, o movimento e a mente se inter-relacionam no desenvolvimento humano, sendo cada uma marcada por uma visão específica:
A vertente reeducativa surgiu a partir das primeiras pesquisas sobre os transtornos motores e de aprendizagem, especialmente no contexto médico e escolar. O foco principal era a correção de dificuldades motoras que interferiam no rendimento escolar e no desenvolvimento infantil. Nesse sentido, a psicomotricidade era compreendida como um instrumento de apoio para a superação de falhas relacionadas à coordenação motora, lateralidade, equilíbrio e orientação espacial.
Assim, essa abordagem buscava reeducar as funções motoras a fim de melhorar o desempenho intelectual, revelando uma forte ligação com os fundamentos da neurologia e da psicologia do desenvolvimento.
A vertente educativa representou um avanço em relação à perspectiva anterior, uma vez que passou a compreender o movimento não apenas como meio de correção, mas como recurso pedagógico. Nessa concepção, a psicomotricidade é utilizada para favorecer o processo de ensino-aprendizagem, estimulando a criatividade, a autonomia e a expressão corporal da criança.
Aqui, o corpo deixa de ser visto somente em sua dimensão biológica, para ser entendido também como meio de comunicação e de construção de conhecimento. O movimento, nesse caso, integra-se às práticas pedagógicas e lúdicas, contribuindo para o desenvolvimento global da criança.
A vertente terapêutica está relacionada a uma visão mais ampla e integrada do ser humano. O movimento é compreendido como expressão de aspectos emocionais, cognitivos e relacionais, o que possibilita ao psicomotricista atuar no campo clínico.
Nessa perspectiva, a psicomotricidade busca promover a integração entre corpo, mente e emoção, favorecendo o desenvolvimento da identidade, a reorganização psíquica e a superação de bloqueios afetivos e comportamentais. Assim, o trabalho psicomotor ultrapassa a dimensão pedagógica e reeducativa, tornando-se também um espaço de escuta, acolhimento e intervenção terapêutica.
De forma geral, as três vertentes apontadas por Oliveira e Silva (2017) — reeducativa, educativa e terapêutica — refletem a trajetória histórica da psicomotricidade: de um campo inicialmente vinculado à correção motora, passando pela valorização do movimento no processo de ensino, até chegar à compreensão do corpo como espaço de subjetividade, expressão e transformação.