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Conforme se denota em um trecho retirado de sua doutrina, ao falar da natureza jurídica do direito a alimentos, Maria Helena Diniz leciona que: “Bastante controvertida é a questão da natureza jurídica do instituto dos alimentos. Há os que consideram como um direito pessoal extrapatrimonial, como o fazem, Ruggiero, Cicu e Giorgio Bo, em virtude de seu fundamento ético-social e do fato de que o alimentado não tem nenhum interesse econômico, visto que a verba recebida não aumenta seu patrimônio, nem serve de garantia a seus credores, apresentando-se, então como uma das manifestações do direito à vida, que é personalíssimo.” (2012, p 632). E ainda acrescenta: “(…) Nele vislumbram um direito, com caráter especial, com conteúdo patrimonial e finalidade pessoal, conexa a um interesse superior familiar, apresentando-se como uma relação patrimonial de crédito-débito, uma vez que consiste no pagamento periódico de soma de dinheiro ou no fornecimento de víveres, remédios e roupas, feito pelo alimentante ao alimentando, havendo, portanto, um credor, que pode exigir de determinado devedor uma prestação econômica.” (2012, p. 632). O jurista Carlos Roberto Gonçalves aduz que “prepondera o entendimento daqueles que, como Orlando Gomes, atribuem-lhe natureza mista, qualificando-o como um direito de conteúdo patrimonial e finalidade pessoal.” (2014, p.337) Nada obstante, Yussef Cahali entende que: “A obrigação alimentícia não se funda exclusivamente sobre um interesse egoístico-patrimonial próprio do alimentando, mas sobre um interesse de natureza superior que se poderia qualificar como um interesse público familiar.” (2009, p. 33). Quanto à sua finalidade, os alimentos visam suprir a carência financeira do alimentado que não possui condições de se sustentar de maneira independente, tal obrigação/dever surge a partir de uma relação de parentesco, conforme será tratado posteriormente. Logo, pode-se dizer que a finalidade dos alimentos está diretamente ligada à origem da obrigação alimentar, que se funda na assistência dos parentes uns com os outros, bem como na necessidade de evitar a miserabilidade daquele que necessita de amparo diante daquele que tem capacidade de amparar. Dessa maneira, vê-se que existem divergências doutrinarias no tocante a natureza jurídica dos alimentos, na qual verifica-se que a natureza mista dos alimentos é a compreensão mais ponderada e que prepondera, bem como que os alimentos possuem a finalidade de assegurar uma vida digna àquele não possui condições de se sustentar, garantindo-lhe suporte material e intelectual, o que abrange todos os meios indispensáveis à subsistência. Nesse diapasão, não poderíamos deixar de mencionar que o direito à vida consagrado na Constituição Federal de 1988, não diz respeito somente a garantia de existir, pelo contrário, essa garantia abrange o direito do ser humano a ter uma vida digna. A dignidade da pessoa humana justifica plenamente a existência do Instituto dos alimentos, considerando que não há como viver sem alimentação, como também, é inconcebível viver plenamente sem que sejam atendidas outras necessidades básicas como vestuário, educação, etc." Em relação as características dos Alimentos são importantes conhecer elas. Assinale a questão que se relaciona com a característica abordada: Escolha uma: a. Imprescritível se relaciona ao fato de ter a obrigação de manter ao alimentado alimentos, moradia, vestimenta e outros. b. Impenhorável quer dizer que não retroage a casos anteriores ao reconhecimento do dever de pagar. c. Caso sejam pagos, poderá requerer a devolução caso quem pagou não tenha obrigação de pagar, isso se relaciona com a característica da "Irrepetível". d. São impenhoráveis pois não podem ser objeto de penhora judicial, visto a finalidade de alimentação do alimentado. e. É imprescritível os alimentos, pois podem ser constituídos e exigidos a qualquer momento.
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Elza Maria Da Silva Scuassante

ontem

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ontem

Vamos analisar as alternativas uma a uma para identificar a que melhor se relaciona com as características dos alimentos: a. Imprescritível se relaciona ao fato de ter a obrigação de manter ao alimentado alimentos, moradia, vestimenta e outros. - A imprescritibilidade dos alimentos se refere à possibilidade de serem cobrados a qualquer momento, mas a descrição não está totalmente correta. b. Impenhorável quer dizer que não retroage a casos anteriores ao reconhecimento do dever de pagar. - Esta definição não é precisa, pois a impenhorabilidade se refere à proteção dos bens destinados à subsistência. c. Caso sejam pagos, poderá requerer a devolução caso quem pagou não tenha obrigação de pagar, isso se relaciona com a característica da "Irrepetível". - A irrepetibilidade dos alimentos se refere ao fato de que, uma vez pagos, não podem ser devolvidos, o que não se aplica aqui. d. São impenhoráveis pois não podem ser objeto de penhora judicial, visto a finalidade de alimentação do alimentado. - Esta alternativa está correta, pois os alimentos são realmente impenhoráveis para garantir a subsistência do alimentado. e. É imprescritível os alimentos, pois podem ser constituídos e exigidos a qualquer momento. - Embora os alimentos possam ser exigidos a qualquer momento, a imprescritibilidade não é uma característica absoluta, pois existem prazos para a cobrança. A alternativa que melhor se relaciona com a característica abordada é: d. São impenhoráveis pois não podem ser objeto de penhora judicial, visto a finalidade de alimentação do alimentado.

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