Determinado cidadão celebrou colaboração premiada nos autos de ação penal em que figura como réu. Com base no teor de referida colaboração, o juiz determinou realização de busca e apreensão em escritório de advocacia, objetivando a obtenção de documentos que comprovassem as afirmações constantes no teor da delação. O mandado de busca e apreensão foi expedido de forma específica e pormenorizada, e cumprido na presença de representante da OAB. À luz das normas aplicáveis à espécie, assinale a opção verdadeira.
Ed
semana passada
Vamos analisar as alternativas apresentadas uma a uma: 1. A busca realizada é nula, por ser fundada apenas em elementos produzidos em declarações do colaborador, sem confirmação por outros meios de prova. Essa afirmação não é verdadeira, pois a colaboração premiada pode ser um indício que, se corroborado por outros elementos, pode justificar a busca e apreensão. 2. O EAOAB faculta ao advogado, excepcionalmente, efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu cliente. Essa afirmação é falsa. O Estatuto da OAB proíbe que o advogado colabore contra seu cliente, mesmo em casos excepcionais. 3. Caso o representante da OAB não seja respeitado pelas autoridades que conduzirão a busca, tal fato poderá configurar infração disciplinar por parte de referidas autoridades, sem, contudo, caracterizar abuso de autoridade. Essa afirmação é verdadeira. O respeito ao representante da OAB é uma questão de ética e disciplina, mas não necessariamente configura abuso de autoridade. 4. Por ser fundada apenas em colaboração premiada, a busca e apreensão realizada é anulável, e em consequência disto as provas por ela produzidas podem ser consideradas imprestáveis. Essa afirmação é incorreta, pois a busca e apreensão pode ser válida se houver outros elementos que a justifiquem, além da colaboração premiada. Diante da análise, a alternativa correta é: "Caso o representante da OAB não seja respeitado pelas autoridades que conduzirão a busca, tal fato poderá configurar infração disciplinar por parte de referidas autoridades, sem, contudo, caracterizar abuso de autoridade."