No sistema triádico tradicional, a função dominante se destacava pela presença da sétima no acorde de V grau (V7), que introduzia maior densidade sonora e tensão em relação às demais tríades. Essa característica era suficiente para garantir sua força de resolução em direção à tônica. Entretanto, com a expansão do vocabulário harmônico e o uso das tétrades, a sétima passou a estar presente em todos os acordes, reduzindo a singularidade do dominante. Para recuperar o contraste e manter o equilíbrio das funções tonais, tornou-se necessário inserir novas dissonâncias no acorde dominante. Essas dissonâncias são chamadas de tensões disponíveis, ou notas adicionais que se somam ao acorde de dominante sem comprometer sua clareza funcional. Normalmente, elas correspondem às extensões da escala relacionadas ao acorde, como a 9ª, 11ª e 13ª, quando não entram em conflito com a estrutura do acorde ou com notas sensíveis da tonalidade. As tensões disponíveis ampliam a paleta de cores harmônicas e aumentam o poder expressivo do acorde. Por exemplo, no campo tonal maior, o acorde V7 pode receber a 9ª maior (V9), a 13ª (V13), entre outras, intensificando sua função