Grátis: José, 54 anos, chega na unidade de saúde por volta das 9 h da manhã, trazido por seu filho, Tomás. Ele está tonto, com cefaleia intensa, formigamen... – Questões Respondidas

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José, 54 anos, chega na unidade de saúde por volta das 9 h da manhã, trazido por seu filho, Tomás. Ele está tonto, com cefaleia intensa, formigamento nas mãos, náuseas e vomitando. Os dois estavam na propriedade de Malaquias desde as 6 h da manhã do mesmo dia, aplicando "mata-mato". Eles prefeririam limpar o mato com enxada, mas o dono da terra insiste em usar o produto. Nesses tempos de inverno, eles não podem negar trabalho. Tomás refere que tomaram café da manhã cedo, reforçado, e que ninguém em casa está com sintomas parecidos ou diarreia.

Diante do exposto, qual a hipótese diagnóstica mais provável para o quadro de José:
Desidratação por insolação
Intoxicação aguda grave por agrotóxico
Intoxicação aguda moderada por agrotóxico
Gastroenterite aguda

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A hipótese diagnóstica mais provável para o quadro de José é intoxicação aguda grave por agrotóxico. Os sintomas apresentados, como tontura, cefaleia intensa, formigamento nas mãos, náuseas e vômitos, são compatíveis com a exposição a agrotóxicos, especialmente considerando que ele e Tomás estavam aplicando "mata-mato". Além disso, a ausência de sintomas semelhantes em outras pessoas da casa e o fato de que estavam trabalhando com produtos químicos reforçam essa hipótese.

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A respeito da assistência à saúde dos povos quilombolas é correto afirmar que:
Os serviços de saúde são operacionalizados pelo governo federal por meio da Fundação Palmares.
Os indicadores de saúde entre as comunidades remanescentes de quilombos são melhores que a média nacional, em consequência de seu modo de vida rural mais saudável e da atenção à saúde diferenciada promovida pelo Estado brasileiro.
Não deveria ser uma prioridade para a construção de políticas públicas, tendo em vista que são uma minoria em rápido declínio, restando apenas 375 comunidades remanescentes de quilombos, restritas a três estados da região Nordeste.
As comunidades remanescentes de quilombos ainda têm um acesso precário a serviços de saúde, sendo esse um dos determinantes para piores indicadores de saúde nessa população que a média nacional (por exemplo, mortalidade infantil mais elevada).

Sobre acidentes ofídicos, assinale se as assertivas abaixo são informações verdadeiras (V) ou falsas (F):
O uso de EPIs como botas de cano alto e luvas de couro não previnem acidentes com serpentes, pois suas presas ultrapassam facilmente essa barreira, e pode dificultar o trabalhador de se esquivar do ataque.
A principal medida de suporte na APS em caso de assistência a acidente ofídico é o garroteamento constritivo em alta compressão do membro afetado.
A maior parte dos acidentes ofídicos (80%) acomete os membros inferiores, por isso o uso de botas é a medida preventiva mais eficaz.
A principal medida de suporte na APS em caso de acidente ofídico é providenciar a remoção o mais rápido possível para local apropriado com soro antiofídico na rede de saúde, com administração de hidratação parenteral quando possível.

Sobre a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, Águas e Floresta (PNSIPCF), é correto afirmar:
Com o advento da PNSIPCF, a operacionalização de ações de saúde voltadas a populações rurais, de forma integral e diferenciada, foram garantidas, uma vez que sua execução ficou a cargo da União.
Os povos do campo, água e floresta têm uma longa história de ampla proteção por parte do Estado em nosso país; portanto, os conflitos agrários e as ameaças aos territórios dos povos tradicionais são considerados superados e não fazem parte dos determinantes sociais de saúde a serem considerados.
Apesar da abrangência da PNSIPCF, essas populações ainda permanecem invisíveis no que tange ao desenvolvimento e à operacionalidade das políticas públicas, o que talvez retrate a distância entre a decisão (as políticas) e a ação, cabendo, notadamente, aos governos municipais e estaduais implantar as ações.
Foi criada pensando em operacionalizar a assistência das populações tradicionais (ribeirinhas, quilombolas e as que habitam ou usam reservas extrativistas em áreas florestais ou aquáticas), não se aplicando a populações rurais dedicadas à agricultura de subsistência ou a trabalhadores do agronegócio.

Marcos tem 29 anos, filho de um lar católico. Ele se identifica como ateu e acredita na ciência como a única possibilidade de explicar os problemas e a única capaz de encontrar soluções efetivas para esses. Formou-se em medicina há 6 meses, e seu sentido de missão o levou a trabalhar com populações indígenas. Há um surto de leishmaniose cutânea na aldeia, as mães escondem as úlceras de seus filhos pois atribuem o surgimento das lesões a espíritos maus que estão castigando as famílias que não atenderam aos desejos dos encantados. Marcos está chateado com a demora em começar o tratamento alopático desses casos, pois as crianças são levadas primeiro ao pajé. Marcos então decide, de forma unilateral, denunciar o pajé por negligência ao conselho tutelar.

A partir desse relato fictício, como poderíamos enquadrar a atitude unilateral de Marcos dentro do continuum da competência cultural?
Incapacidade cultural
Pré-competência cultural
Proficiência cultural
Destrutividade cultural
Indiferença cultural

A respeito das competências desejáveis para um médico que atua em cenário rural, assinale se as assertivas abaixo trazem afirmações verdadeiras (V) ou falsas (F).
O Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP), por ser uma atenção individualista, não é uma competência de comunicação desejada para o médico rural, que deve dar mais atenção aos aspectos comunitários, que são mais valorizados nas áreas rurais e populações tradicionais.
O médico rural não precisa se preocupar em desenvolver competências de uso de ferramentas de comunicação online, como por exemplo matriciamento por telessaúde, uma vez que as áreas rurais não dispõem de infraestrutura tecnológica.
Os atendimentos domiciliares em área rural não diferem muito daqueles prestados em área urbana, portanto espera-se de um médico rural as mesmas competências de atenção domiciliar que a de um médico de APS urbana.
Espera-se de um médico rural um alto grau de perspicácia clínica, além do treinamento e desenvolvimento de habilidades avançadas em procedimentos, como coleta de espécimes para exames, maior do que o esperado para médicos de APS que atuam em área urbana.