A hipótese do deslizamento entre microtúbulos busca explicar como ocorre o movimento de estruturas celulares que dependem de microtúbulos e proteínas motoras, como os cílios e flagelos. Essas estruturas são compostas por um arranjo de microtúbulos chamado axonema, que possui uma organização típica de nove duplas de microtúbulos periféricos em torno de dois microtúbulos centrais (estrutura “9 + 2”). Segundo essa hipótese, as duplas de microtúbulos são interligadas por pontes de dineína, uma proteína motora que utiliza energia proveniente da hidrólise de ATP para gerar movimento. Quando a dineína se ativa, ela faz com que uma dupla de microtúbulos deslize em relação à outra. Esse deslizamento, entretanto, é limitado pelas ligações cruzadas e pela presença de proteínas como a nexina, o que converte o movimento linear em uma flexão, resultando no típico batimento de cílios e flagelos. Embora o movimento ameboide dos pseudópodes não dependa diretamente desse mecanismo, ambos os tipos de movimento envolvem reorganizações estruturais do citoesqueleto. No caso dos pseudópodes, as principais proteínas envolvidas são os microfilamentos de actina, enquanto o movimento ciliar e flagelar depende dos microtúbulos e da ação das proteínas motoras. Assim, a hipótese do deslizamento entre microtúbulos contribui para a compreensão geral de como as células convertem energia química (ATP) em movimento mecânico, princípio fundamental para diversos tipos de locomoção celular.