Diversas condições podem estar associadas à estomatite aftosa recorrente, sendo que muitos pesquisadores têm buscado entender como os fatores ambientais, biopsicossociais e locais podem influenciar no quadro. Dessa forma, muitos estudos foram conduzidos nos últimos anos, levantando diversas hipóteses. “Alguns estudos associaram a deficiência de vitamina D com a ocorrência de estomatite aftosa recorrente (EAR). Assim, o objetivo da presente revisão sistemática e meta-análise é explorar tal associação potencial. Uma pesquisa abrangente nos bancos de dados PubMed, Scopus e Web of Science foi realizada em junho de 2019. Os critérios de inclusão foram (a) estudos observacionais que avaliaram a relação entre vitamina D e RAS e (b) as medidas de resultado relataram níveis quantitativos de vitamina D. Foram excluídos estudos sem grupos de controle, séries de casos, relatos de casos, estudos experimentais, carta aos editores, revisões. O modelo de efeitos aleatórios foi conduzido para meta-análises usando o software RevMan 5.3. Cinco estudos compreendendo 208 pacientes com EAR e 241 indivíduos saudáveis ​​foram incluídos. Todos os estudos, exceto um, relataram níveis significativamente mais baixos de vitamina D em pacientes com EAR em comparação com os indivíduos saudáveis. Os resultados dos cinco estudos agrupados revelaram níveis mais baixos estatisticamente significativos de vitamina D em pacientes com RAS (Diferença Média (MD) = −9,67 ng/ml, IC 95% = −15,68, −3,65; p ˂ 0,002). A presente meta-análise sugere uma associação significativa entre baixos níveis de vitamina D e EAR. Mais estudos bem desenhados com tamanhos de amostra adequados são necessários para elucidar o papel da vitamina D na patogênese da EAR.” AL‐MAWERI, S. A. et al. Is vitamin D deficiency a risk factor for recurrent aphthous stomatitis? A systematic review and meta‐analysis. Oral Diseases, v. 26, n. 6, p. 1116-1123, 2020. (adaptado) Tomando como base o resumo do trabalho acima, assinale a alternativa que melhor explicaria o resultado encontrado no estudo: Existe uma relação direta entre os níveis de vitamina D e a força do sistema imunológico. Portanto, se a vitamina D se encontra em baixos níveis, fortalece o sistema imunológico, o que o induz a atacar o próprio organismo, gerando um quadro autoimune, que seria a EAR. Os baixos níveis de vitamina D são resultado de uma herança genética que permite ao organismo se tornar mais propenso a desenvolver doenças autoimunes como a EAR. Afinal, essa manifestação promove um fortalecimento do sistema imune, o que o leva a atacar o próprio organismo. A vitamina D possui relação direta com funções do sistema nervoso central, tendo função regulatória em doenças psíquicas. Sendo assim, os baixos níveis podem contribuir para manutenção de estresse e de ansiedade em organismos que já os possuem, favorecendo o desenvolvimento de EAR. Os baixos índices de vitamina D podem se encaixar dentro da deficiência nutricional, que é conhecida como um dos potenciais fatores associados ao desenvolvimento de EAR. Dessa forma, o enfraquecimento de componentes essenciais para a saúde dos tecidos contribui para perda de sua integridade. A associação entre baixos níveis de vitamina D e desenvolvimento de EAR se dá porque esse componente é essencial para o funcionamento da maioria dos hormônios no organismo. Sendo assim, a redução em seus níveis faz com que haja uma desregulação que resulta no aparecimento de EAR.