5ª) Sobre representação da normalidade nos séculos XVIII e XIX é incorreta: a) no paradigma da segregação, o Cristianismo influenciou a visão do sujeito diferente, compreendendo-o como criação divina, retratado por Aranha (2004, p. 3), "[...] pois todos passaram a ser igualmente considerados filhos de Deus, possuidores de uma alma e, portanto, merecedores do respeito à vida e a um tratamento caridoso". Contudo, era comum o tratamento assistencial, piedoso. b) com o desenvolvimento econômico, social, filosófico e científico, a deficiência passa ser compreendida pelo ponto de vista ainda mais social, produzindo [...] um deslocamento na concepção de deficiência que transmuta de seus diversos sentidos espirituais - possessão demoníaca, castigo ou manifestação das obras do diabo - para uma manifestação da doença e, portanto, aos médicos cabe o diagnóstico, prognóstico e tratamento da deficiência. (Freitas; Marques, 2007, p. 69) c) a institucionalização das pessoas com deficiência se intensificou, e de acordo com Sabbatini (2016), as primeiras décadas do século XX testemunharam uma grande revolução na nossa compreensão dos comportamentos considerados como anormais. Até então, pessoas com psicoses, por exemplo, eram simplesmente trancadas em asilos, onde recebiam apenas alguns cuidados simples e, algumas vezes, apoio social, sem que nenhuma terapia efetiva estivesse disponível. Esta forma de tratamento tinha como objetivo colocar o indivíduo longe do convívio social. d) o avanço científico, o desenvolvimento de campos de conhecimento como a medicina e psicologia se debruçaram em desvendar o funcionamento do corpo humano em sua normalidade, ocorrendo "[...] a mudança de status das pessoas com deficiência de vítimas de um poder sobrenatural para o status de "desviantes" ou doentes, sendo a matriz de interpretação predominante sobre a deficiência os critérios de normalidade definidos pela medicina" (Freitas; Marques, 2007, p. 70).