A História das civilizações ocidentais nos conta que o Direito Civil nos foi transmitido pelo Direito Romano, em que significava o direito da cidade que regia os cidadãos independentes (jus civile).
O Direito Privado dos romanos abrangia, além do jus civile, o jus naturale (quod natura omnia animalia docuit, o que a natureza ensinou aos animais) e o jus gentium (que regulava as relações dos estrangeiros — peregrini —, uma vez que a organização política não permitia que se regrassem pelo jus civile, privilégio dos cidadãos romanos).
Na Era Medieval, o Direito Romano foi sistematizado na compilação ordenada pelo Imperador Justiniano (Corpus Juris Civilis), no século VI, facilitando seu conhecimento e estudo, o que possibilitou a sua divulgação pela Europa.
Como sintetiza ORLANDO GOMES:
“do século XII ao século XVI, o Corpus Juris Civilis foi objeto de intensa exegese, sem cunho sistemático; por parte de juristas, conhecidos pelo nome de glosadores, porque redigiam breves anotações entre as linhas (glossae interlineares) ou à margem (glossae marginales) dos textos justinianeus. Dentre eles, gozam de maior fama Irnério e Acúrsio, este o autor da glosa ordinária.
Seguem-se os pós-glosadores, cuja atividade se caracterizou pelo esforço para adaptar doutrina dos glosadores às necessidades da época e aos costumes vigentes. Os principais representantes dessa escola são Bártolo e Baldo. No século XVI, a investigação do Direito Romano adquire colorido mais brilhante, devido ao empenho no melhor conhecimento das suas fontes e pela nova orientação, de caráter sistemático, que se procura seguir. As figuras marcantes desse movimento são Cujácio e Doneau. Desde então até nossos dias, o estudo das fontes romanas, principalmente na Alemanha e na Itália, se vem fazendo para melhor fixação de um momento alto da evolução jurídica. Esses estudos têm concorrido decisivamente não só para o esclarecimento das manifestações do gênio jurídico dos romanos, mas também para o aperfeiçoamento da técnica jurídica, em cujo manejo foram insuperáveis”.
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