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Benedict e lugol

reação de açúcares alguém tem

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Estudante PD

    1. Métodos químicos para análise de açúcares

Os métodos mais utilizados para a rápida análise de açúcares são:

  1. Reação de Seliwanoff: diferencia cetoses de aldoses.

  2. Teste de Benedict: identifica sacarídeos redutores.

  3. Teste do lugol: pesquisa a presença de polissacarídeos.

  1. Objetivos

  1. Executar testes qualitativos para reconhecimento de carboidratos.

  2. Compreender o significado dos seguintes testes: iodo, Benedict e Seliwanoff.

  3. Aplicar os testes acima para identificar quatro carboidratos desconhecidos.

  1. Procedimento experimental

    1. Reagentes

  1. Controle positivo: Soluções 1 % de Glicose, frutose, sacarose e amido.

  2. Amostras a serem identificadas:Soluções A, B, C e D

  3. Controle negativo: água

  4. Reagente de Seliwanoff: resorcinol 0,03% em ácido clorídrico 3 mol/L

  5. Reagente de Benedict: solução contendo 17,3% de citrato de sódio, 10,0 % de carbonato de sódio anidro e 17,3% de sulfato cúprico pentahidratado.

  6. Solução Lugol: 5% de Iodo em Iodeto de potássio a 10%.

    1. Procedimento

      1. Reação de Seliwanoff

  1. Colocar em um tubo de ensaio + 0,5 mL das soluções: de carboidrato a ser identificado, controle positivo e controle negativo.

  2. Adicionar 1,0 mL do reagente de Seliwanoff e misturar.

  3. Colocar os tubos num banho de água em ebulição (ou direto na chama).

  4. Observar periodicamente.

  5. Interprete o resultado obtido.

      1. Teste de Benedict

  1. Colocar em um tubo de ensaio + 0,5 mL das soluções: solução A, B, C e D, controle positivo e controle negativo.

  2. Adicionar 1,0 mL do reagente de Benedict e misturar.

  3. Aquecer, com agitação e diretamente, na chama. CUIDADO.

  4. Observar a solução. A mudança de coloração (azul para verde até vermelho tijolo) e/ou formação de precipitado (cor de tijolo) indica reação positiva.

  5. Interpretar o resultado obtido.

      1. Teste do Iodo

  1. Colocar em um tubo de ensaio + 1 mL das soluções: solução A, B, C e D, controle positivo e controle negativo.

  2. Adicionar, em cada tubo, 2 gotas da solução de lugol. O aparecimento de coloração azul indica reação positiva.

  3. Interpretar o resultado obtido.

  1. Resultados e discussão

Verificou-se que todos os açúcares utilizados na experiência dissolveram-se na presença de água. O reagente de Seliwanoff possuía uma cor similar à do azeite, já o de Benedict era azul claro, e a solução de lugol de coloração amarronzada.

    1. Reação de Seliwanoff

Esse procedimento permite diferenciar aldoses de cetoses que, sob ação do HCl, são transformadas em derivados de furfural que se condensam com o resorcinol, formando um produto vermelho de composição incerta. A reação com cetose é rápida e mais intensa pela maior facilidade de formação do derivado furfural. Caso a sacarose sofra hidrólise prévia, ela também reagirá positivamente devido à liberação da frutose [4].

Os resultados observados após o procedimento aplicado a cada uma das amostras podem ser verificados na tabela 1.

Tabela 1: Resultado da reação de Seliwanoff para cada uma das amostras.

Amostras conhecidas

Resultado

Glicose

-

Frutose

+

Sacarose

-

Amilose

-

Amostras desconhecidas

Resultado

A

-

B

+

C

±

D

-

De acordo com a tabela 1, durante a reação Seliwanoff, obteve-se resultado positivo para o tubo contendo frutose e a amostra B, demonstrando a presença de grupo cetona na estrutura desses açúcares, isto é, são carboidratos estruturalmente classificados como poliidroxicetonas. Para a amostra C, observou-se uma coloração não transparente. A conclusão acerca da identidade da mesma, só foi possível após a aplicação dos outros testes subsequentes. Os outros frascos contendo glicose e amilose e os tubos A e D apontaram resultados negativos para esse tipo de reação.

    1. Teste de Benedict

O teste de Benedict é baseado na redução do Cu2+ a Cu+ devido ao poder redutor das carbonilas em solução alcalina. O íon cuproso (Cu+) produz o Cu2O, composto de cor vermelho-tijolo. Todos os monossacarídeos reagem positivamente, logo, frutose e glicose reação. Os dissacarídeos dependem da presença de uma extremidade redutora, fato que não ocorre no caso da sacarose. Todavia, a sacarose também pode levar a resultados positivos caso sofra hidrólise prévia [4].

A reação para esse tipo ensaio pode ser observada pela figura 4:

Figura 4: Esquema para a reação ocorrida entre o reativo de Benedict e carboidratos redutores e não redutores [5].

A tabela 2 mostra os resultados obtidos após o referido teste.

Tabela 2: Resultado do teste de Benedict para cada um dos tubos de ensaio.

Amostras conhecidas

Resultado

Glicose

+

Frutose

+

Sacarose

-

Amilose

-

Amostras desconhecidas

Resultado

A

+

B

+

C

-

D

-

Para o teste reativo de Benedict aos tubos contendo glicose e frutose, e as amostras desconhecidas A e B verificou-se a alteração da cor, passando de azul claro para coloração vermelho-tijolo após aquecimento em fogo. Esse tipo de observação confirma o caráter redutor dessas substâncias, apontando-os como monossacarídeos. Já para os frascos contendo amilose e sacarose, assim como os tubos C e D, o resultado foi negativo para esse tipo de teste, revelando o caráter não-redutor dessas amostras.

    1. Teste do Lugol

Os dois fatores que determinam o desenvolvimento de coloração quando o iodo interage com os polissacarídeos são o comprimento e a ramificação da cadeia sacarídea. A coloração é desenvolvida devido ao aprisionamento do iodo no interior da cadeia de amilose. Na presença do amido e de íons iodeto (I-), as moléculas de iodo formam cadeias de I6que se alocam no centro da hélice formada pela amilose contida no amido. A formação desse complexo amilose-I6 é responsável pela cor azul intensa, engendrada, por sua vez, a partir da absorção de luz na região do visível das cadeias de I6 presentes dentro da hélice da amilose. Quanto maior a ramificação da cadeia, menos intensa será a coloração desenvolvida, visto que a interação entre o iodo e a cadeia será menor.

No amido, a coloração é mais intensa pelo fato de a cadeia de amilose ser maior e menos ramificada [4], [6].

Para esse procedimento, os resultados obtidos para cada um dos frascos são verificados na tabela 3.

Tabela 3: Resultados obtidos para cada um dos frascos após a adição da solução de lugol.

Amostras conhecidas

Resultado

Glicose

-

Frutose

-

Sacarose

-

Amilose

+

Amostras desconhecidas

Resultado

A

-

B

-

C

-

D

+

Após a aplicação do teste do lugol, obteve-se resultado positivo para a amostra de amido e o tubo D, os quais evidenciaram uma coloração bastante escura, sendo possível classificá-los como polissacarídeos. Para as amostras de glicose, frutose e sacarose, assim como também os tubos A, B e C, observou-se resultados negativos.

  1. Conclusão

A partir dos resultados obtidos nos testes, pode-se concluir que é possível identificar açúcares através da rápida aplicação de diversos métodos químicos. Entre eles, a reação de Seliwanoff, e os testes de Benedict e do lugol.

Dessa maneira, concluiu-se que a glicose e a frutose são monossacarídeos de caráter redutor. Contudo, diferenciam-se estruturalmente, sendo classificadas como poliihidroxialdose e poliihidroxicetose respectivamente. A sacarose é um oligossacarídeo, sendo classificada como um açúcar não redutor. Já o amido é um polissacarídeo.

Por fim, concluiu-se que as amostras desconhecidas eram: tubo A, continha glicose; tubo B, frutose; tubo C, sacarose e tubo D, amildo. Com relação à peculiaridade observada no tubo C durante a reação Seliwanoff, verificou-se após a aplicação dos testes de Benedict e do lugol, que o aspecto colorimétrico não transparente da amostra foi possivelmente devido a rápida hidrólise da sacarose, que causou a liberação de frutose no meio, provocando um resultado falso positivo da amostra. O controle negativo, que era essencialmente composto por água, acusou resultado negativo para todos os testes, como era de se esperar.

  1. Referências bibliográficas

[1] Lehninger, Albert L. Princípios de bioquímica. São Paulo: Sarvier, 1990. 725 p.

[2] Ordoñez, A. J. P. Tecnologia de alimentos. Vol. 1. Porto Alegre: Artmed, 2005.

[3] Pinto, Pedro. ‘Identificação de Açúcares’. Técnicas laboratoriais de química, nº 14, 2004.

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