O constitucionalismo social é antagônico ao Estado dirigente?

Constitucionalismo é como se denomina o movimento social, político e jurídico e até mesmo ideológico, a partir do qual emergem as constituições nacionais. Em termos genéricos e supranacionais, constitui-se parte do estabelecimento de normas fundamentais de um ordenamento jurídico de um Estado, localizadas no topo da pirâmide normativa, ou seja, sua constituição. Seu estudo implica, deste modo, uma análise concomitante do que seja constituição com suas formas e objetivos. O constitucionalismo moderno, na magistral síntese de Canotilho "é uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos" (CANOTILHO).

O Constitucionalismo social defende um regime constitucional marcado pela organização do Estado e limitação do poder, e inclusão de normas e preceitos relativos à defesa dos Direitos Humanos Fundamentais.

Para este, o Estado tem o dever de garantir aos cidadãos o respeito às liberdades clássicas. A atuação do poder público é necessária para que os indivíduos possam melhor desfrutar de seus direitos e de suas garantias, mormente os concernentes aos objetivos que o Estado-Providência intenta realizar. É extremamente marcado pelos direitos de segunda dimensão.

Já os defensores de uma Constituição dirigente acreditam que uma constituição deve conter normas definidoras de tarefas e programas de ação a serem concretizados pelos poderes públicos. As constituições devem conter normas programáticas.

Portanto, não há de se falar em antagonismo. É possivel que haja traço de ambos nas constituições, como é o caso da CRFB/88.