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Pergunta sobre responsabilidade civil

Joaquim trabalhava vendendo frutas em um carrinho na praça principal da cidade da “Luz”, sem qualquer autorização do poder público.Os fiscais do municípios resolveram retirar todos os vendedores sem autorização e recolheram o carrinho com as frutas, causando prejuízo ao trabalhador.

a)Há responsabilidade civil e dever de reparar o dano?

b)A quem compete a responsabilidade para repará-lo ?,sob quais fundamentos legais e jurídicos, incluindo, a posição dominante na jurisprudência dos Tribunais pátrios.

💡 2 Respostas

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Especialistas PD

Sim, há responsabilidade civil e dever de reparar.

O ente público que realizou a apreensão das mercadorias, no caso, o município, é quem tem legitimidade para reparar o dano.

Se a apreensão foi feita simplesmente para obrigar Joaquim a recolher os tributos devidos pelo exercício da atividade, ela desrespeita diretamente a Súmula 323/STF.

Súmula 323: “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos”.

A referida súmula não veda genericamente a apreensão de mercadorias, mais sim afasta a possibilidade de se utilizar deste procedimento para coagir o contribuinte ao pagamento do tributo.

O entendimento da jurisprudência é de que esse tipo de medida (apreensão de mercadorias para cobrança de tributos) caracteriza sanção política, inconstitucional porque não constitui meio adequado para a cobrança de débitos tributários, que deve ocorrer pelo processo administrativo ou judicial (execução fiscal). Além disso, tal medida implica em cerceamento da liberdade de exercer atividades lícitas, como as previstas nos artigos 5°, inciso XIII, e 170, parágrafo único, da Constituição Federal.

Art. 5º. (...)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Como a perda das mercadorias caracteriza um dano que tem origem na conduta de agentes públicos, incide, no caso, o art. 37, §6º, CF, que determina a responsabilidade objetiva do ente público.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

 

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