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Não consegui responder a esse Caso Concreto de jeito nenhum. Alguém pode me ajudar?

Renata deu à luz sua filha Mariza, que, em razão de má formação na gestação, sobreviveu por algumas horas e veio a falecer pouco depois do parto. Considerando que o pai de Mariza faleceu dias antes do nascimento e em dúvida sobre as consequências dos fatos narrados, Renata procura um advogado que afirma que com o nascimento Mariza adquiriu personalidade e capacidade de direito, mas não titularizou direitos subjetivos e, ao morrer, não haveria potencial sucessão. Assiste razão ao advogado? E se Mariza fosse natimorta, quais seriam as consequências?

💡 2 Respostas

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Gabriela Araújo

Há sucessão sim, Mariza adquiriu a personalidade e a capacidade juridica assim que nasceu e mesmo não sobrevivendo ela se tornou herdeira necessária de seu falecido pai independente de aceitação e, com o seu falecimento a sua parte na herança irá para a mãe. Se ela fosse natimorta ai sim não teria direitos por não ter adquirido a personalidade juridica e a doutrinas são bem divergentes nesse caso, por conta do sistema adotar a teoria natalista se o feto não tiver vida não tem o resguardo de seus direitos patrimoniais.

A doutrina brasileira se divide na teoria natalista e na teoria concepcionista, onde a primeira resguarda os direitos do nascituro antes mesmo de este adquirir sua personalidade, não podendo figurar somente nas ações de cunho patrimonial uma vez que estes estão sujeitos ao nascimento com vida (condição suspensiva), enquanto a segunda protege todos os direitos a partir da concepção permitindo que o mesmo figure em todas as ações. A adotada pelo sistema é a natalista, embora a jurisprudência vem adotando a concepcionista em alguns casos (raros). Essa discussão doutrinária vai muito além, o aborto é criminalizado para que se proteja o nascituro, que possui o direito à vida e os direitos decorrentes desta. Qualquer ato contra a integridade deste feto é considerado um impedimento ao gozo de seus direitos. Por toda essa controvérsia o código civil atual embora não considere o nascituro expressamente uma pessoa, protege seus direitos desde a sua concepção. Assim, no momento em que nasce adquire a personalidade e capacidade juridica e pode figurar em todas as ações, inclusive de cunho patrimonial.

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Júnior Oliveira

Não assiste razão ao advogado.

Mariza, o bebê com má formação, chegou a sobreviver horas fora do útero materno. Por essa razão, não se trata de criança natimorta, pois, tecnicamente, Mariza nasceu (houve entrada de ar nos pulmões) e logo após veio a falecer. 

Diante desse fato, é certo que Mariza adquiriu personalidade civil, nos termos do art. 2º, CC/02:

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Tendo Mariza adquirido personalidade civil, certo é que titularizou direitos subjetivos, possuindo direito potencial de herança.

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