Câmara de Vereadores da Cidade aprovou lei que torna obrigatório a prestação do serviço militar por 3 anos, antiga reivindicação do “Movimento Cidade Segura”, sediado naquela localidade. Uma vez encaminhada para o gabinete do Prefeito ele alega estar em dúvida quanto à sua constitucionalidade e a obrigatoriedade de sua aplicação. Chama a Procuradoria Geral do Município para um parecer.
O Procurados Geral do Município, deve orientar o prefeito a vetar inteiramente a Lei emanada pela Câmara dos Vereadores, pois é flagrantemente inconstitucional. A prerrogativa é do Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o art. 87, inciso I, da Constituição Federal, e de conformidade com o art. 80º, §2º, da Lei nº 4.375, de 17 de agôsto de 1964, Lei do Serviço Militar (LSM). (§ 2º Em caso de interêsse nacional, a dilação do tempo de Serviço Militar dos incorporados além de 18 (dezoito) meses poderá ser feita mediante autorização do Presidente da República).
1 – a) O Prefeito deve ser orientado quanto à completa inconstitucionalidade da citada lei municipal, inconstitucionalidade essa do tipo formal orgânica, pois trata-se de competência privativa da União.
b) Sim, o Prefeito pode negar a aplicação da lei alegando a sua inconstitucionalidade. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal e da doutrina majoritária, o Chefe do Executivo, como aplicador da lei, está, pelo Princípio da Legalidade, vinculado à observância da lei e da Constituição, desse modo, se entender que determinada lei contrária a Carta Magna, não só pode como deve dar preferência à aplicação desta. Essa posição não é pacífica, existindo uma minoria que não admite tal prática na vigência da atual Constituição, pois esta confere legitimação ao Chefe do Executivo para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Direito Constitucional II
•ESTÁCIO
Compartilhar