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DAS PROVAS

Max adquiriu um notebook, marca Optmus prime, com objetivo para preparar suas aulas de filosofia. No entanto, o computador, com apenas 03 semanas de uso, deu pane no sistema o que levou Max ajuizar a demanda em face do fabricante pleiteando a substituição do note mais indenização pelos transtornos sofridos, vez que não obteve sucesso nas tentativas de solucionar administrativamente o conflito. O juiz, na fase instrutória, distribuiu de forma dinâmica o ônus da prova determinando que o autor produza prova suficiente sobre o alegado na inicial. Diante dessa decisão indaga-se:

a) O juiz agiu em conformidade com as regras sobre a distribuição do ônus da prova? b) Considerando a regra geral do ônus da prova, como ordinariamente deve ser distribuído o ônus? c) É possível a utilização de prova produzida em outro processo no caso acima? Quais os critérios para utilização dessa espécie de prova?

💡 3 Respostas

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Matheus Souza

a) O juiz agiuemconformidade com as regras sobre a distribuição do ônus da
prova?
N ão , tend o em v ista a relação de co n sumo presente n o caso em
tela, qu an d o demon stra uma clara h ipo ss uficiênc ia d o co ns umido r diante
dofabricante,devendo, pois ser aplicada a inversãodoônus daprovaem
favor doconsumidor,nos termos doartigo6º,incisoVIII do CDC(Lei
8078/03). Veja-se
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,inclusive com
a inversão do ônus da prova, a seu favor, no pr ocesso
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for elehipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências; (CDC
b) Considerando a regra geral do ônus daprova,como ordinariamente deve ser
distribuído o ônus?
A regra g eral está p resen te n o inc iso I do art igo 3 73 d o C P C , q ue
nitidamente dispõe que pertence ao autoroônus daprova quanto ao fato
constitutivo de seudireito, e aoréu,quanto aexistência de fato
impeditivo,modificativo ou extintivo do direito do Autor.
C on tudo , no mesmo artigo , e m seu parág rafo primeiro, há a
po ssibilida de d o magistrado d is trib u i r diversamente o ôn u s prob atório
 
 
 
entre as partes presentes na demanda,quandoomesmo verificar nas
peculiaridades da causa, uma excessiva dificuldade ou maior facilidade
de obtençãodaprovadofato contrárioentre osagentes. Ressaltandoque
a d ec isão d ev e ser devidam en te funda mentada e q ue n ão p os sa retirar d a
parte a quem foiatribuído o ônus,a possibilidade de sedesincumbirdo
dev er qu e lhe foi repas sad o . Ness e sentido:
 
Art. 373. O ônus da prov a inc umbe:
I - ao autor, qu anto ao fato c ons titutiv o de s eu direit o;
II - ao réu, quanto à exis tência de fato im peditivo, m odif ic ativo
ou extintivo do direito do autor.
§ 1
o Nos c as os prev is tos em lei ou diante de pec uli aridades da
causa relacionadas àimpossibilidadeou àexcessiva
dificuldade de cumprir o encargo nostermos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá
o juiz atri buir o ônus da prov a de m odo div erso, des de que o
faça por decisão fundamentada,caso emque deverá dar à
parte a oportun idade d e s e des inc um bir do ônus que lhe fo i
atribu ído. (CPC )
 
c) É p ossível a uti li zação de prova prod uzi da em outro p rocesso no caso
acima? Quais os critérios parautilização dessa espécie de prova?
Em atendimento ao pr incípio d a eco n omia p roces sua l, é po ssível a
utiliz açã o da prova prod uz ida em ou tro proce sso , a chamad a prova
emprestada, d eve nd o se r verif icad o na uti liz ação , q u e a p rova tenha s ido
produzida entre asmesmas partes, sob penadeinfração ao princípio do
con trad itório (ass im a firma parte da dou trina) .
Contudo, é importante ressaltar que oSTJjá tevea oportunidade
de admitir oempréstimo deprova mesmo diante de diferenças daspartes
noprocessode origem e de destinodaprova, afirmandoque oessencial
seria o resp eito a o contradi tório e n ão a iden tid ad e subjetiva d as d ua s
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Júnior Oliveira

No caso concreto acima narrado, estamos diante de uma relação de consumo. Assim, considerando a vulnerabilidade do consumidor, o CDC cristaliza em seu art.6º a inversão do ônus da prova, conforme disposto a seguir:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

Além disso, o NCPC inovou ao permitir que o juiz faça uso de provas de outro processo, desde que sejam submetidas ao crivo do contraditório e ampla defesa, como disposto a seguir:

Art. 372: "o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório".

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