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Qual a distinção entre direito e justiça?

De acordo com a doutrina jurídica.

💡 3 Respostas

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Márcia Passalini

Direito é um conjunto de normas sociais obrigatórias impostas pelo Estado coercitivamente, que asseguram o equilíbrio do organismo social.

A justiça é uma expressão voltada e determinada que tem que ver com a determinação da ordem e a aplicação das leis. A justiça deve ser aplicada de igual modo a todos os indivíduos que fazem parte de uma sociedade. Nada nem ninguém estão isento da aplicação das leis provenientes da justiça como um todo.

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Ricardo Nunes

O direito tem inúmeros significados, resumindo, direito é um conjunto de  leis em geral para colocar ordem na sociedade, mostrando assim quais os direitos e quais os deveres de cada um.
 
A justiça é a virtude de dar a cada um aquilo que é seu (concepção de Santo Agostinho e Tomás de Aquino). A faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência.

Então o direito não existe sem a justiça, ou seria o contrário. Os dois termos andam juntos.
A justiça é o subjetivo e o abstrato do direito. Numa interpretação de um crime, por exemplo, o direito (lei, norma) permanece intacto, enquanto a justiça pode ser alcançada por vários ângulos.
 
A justiça sustenta  numa das mãos a balança com que pesa o direito,
enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende.
A espada sem a balança é a força bruta, 
a balança sem a espada, a impotência do direito.
Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode
existir quando a justiça sabe brandir a espada com
a mesma habilidade com que manipula a balança.
 
Bom, não sei se o texto de Ihering -A Luta Pelo Direito- resolveu. Mas ficou claro que a justiça é que sustenta o direito, e o fim do Direito é a justiça, o que nos traz a teoria, posto que na prática há controvérsias.  

Vale lembrar que levando em consideração grandes filósofos como Aristóteles, Platão, Sócrates, Santo Agostinho, Tomás de Aquino, Kant, Rawls, etc, cada um aborda um conceito sobre justiça. Alguns pegam ideias dos mais antigos, mas sempre formam seus conceitos com algo a mais. É importante, no entendimento da justiça, saber qual o conceito que cada um tem. 
 
Por Lorena Sabino.
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DLRV Advogados

O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis tem uma base territorial. Elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. 

Há a tendência de imaginar que o direito decorre da moral, limitando-se a abranger tais normas. De fato existem normas jurídicas que nascem de preceitos morais estabelecidos pelos costumes de um determinado povo. Mas não seria correto afirmar que todas as leis de uma região possuem conteúdo moral. Basta citar que existem normas amorais (alheias ao campo da moral) que são jurídicas (por ex., as normas de tráfego aéreo), bem como normas que tutelam fatos considerados imorais pela maioria da sociedade e que são, à luz do Direito, perfeitamente legais.

A norma jurídica é a única que concede ao lesado pela sua violação a permissão para exigir a devida reparação pelo mal sofrido. Autoriza o indivíduo prejudicado a acionar o poder público para que este valha-se até mesmo da força que possui para assegurar a sua observação. Já as regras morais não possuem tal característica. 

Já a justiça, segundo Anderson Gimenes, é a particularidade do que é justo e correto. É um conceito abstrato, que se refere a um estado ideal de interação social para um determinado grupo de pessoas. Em uma sociedade justa há um equilíbrio razoável e imparcial entre os interesses, riquezas e oportunidades, entre as pessoas envolvidas dentro de um determinado grupo social.

O Direito é o objeto da justiça. Compõe-se das normas desenvolvidas com o fim de que a sociedade tenha regras justas. Justiça e Direito caminham lado a lado.

Para Hobbes o homem é igual em vida e em espírito, mas sem norma coercitiva sobre todos há o caos social, por ser o homem ambicioso. Por isso há a necessidade de os indivíduos fazerem um pacto (Direito) que criasse um poder soberano, acima de todos.

Aristóteles considera justo o que observa a lei: "justiça é uma virtude pela qual cada um tem o que lhe pertence, e isto segundo a lei, enquanto que o injusto é vício pelo qual alguém se apodera do alheio, contrariamente à lei”.

O entendimento da sociedade na busca da justiça é a finalidade do Direito. 

Importa ressaltar que nem sempre o Direito é justo, e nem sempre o que é justo é transformado em norma. Tais situações podem levar a atritos do Direito com a justiça que devem ser debatidos pela sociedade. 

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