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Direito Constitucional

A presidente da República, Sra Vania Mandioca, temendo que Molusco da Silva, seu aliado político, seja preso por corrupção por Juízo de 1° Grau, resolve nomeá-lo para Ministro de Estado, a evitar que mesmo seja preso, já que ministro tem foro privilegiado e, ao ser julgado pela Corte Suprema, dificilmente será retirada sua liberdade. Adão Larápio, brasileiro, maior, inconformado, pretende tomar medida judicial para evitar que essa medida para proteger Molusco da Silva se concretize. Diante dos fatos, existe alguma medida adequada para resguardar a pretensão de Adão Larápio prevista na CRFB/88? Fundamente e justifique sua resposta.

💡 2 Respostas

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Kamila Morige

Sim, existe

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DLRV Advogados

O instituto adequado seria a ação popular.

Ação popular é o meio processual a que tem direito qualquer cidadão que deseje questionar judicialmente a validade de atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

Para Hely Lopes Meirelles, ação popular é "o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos – ou a estes equiparados – ilegais e lesivos do patrimônio federal, estadual e municipal, ou de suas autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiros públicos”.

O artigo 5º, LXXIII da CRFB diz: "qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

O referido meio é regulado pela Lei 4.717/65.

A possibilidade de analise pelo judiciário de uma nomeação de Ministro de Estado, nessas circunstancias, é, no entanto, um tema polêmico.

Se por um lado a indicação de Molusco da Silva pode causar intervenção indevida na atividade policial, do Ministério Público e no exercício do Poder Judiciário, uma decisão que impeça a nomeação seria afrontosa à separação dos poderes, vez que entendemos que nestas matérias não deveria haver intervenção do judiciário no executivo. 

Segundo o artigo 87 da Constituição Federal, "os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos".

Nos termos do inciso I do artigo 84, compete privativamente ao Presidente da República nomear e exonerar os Ministros de Estado.

Portanto, se o Ministro de Estado cumpre os requisitos constitucionais, isto é, é maior de vinte e um anos, e está no exercício dos direitos políticos, não há, em tese, motivo para intervenção do judiciário. Possibilitar intervenção nesses moldes pode consistir em um precedente perigoso, que dá ao judiciário um poder exorbitante, acima dos outros dois poderes da república.

Lembramos, no entanto, que o tema é polêmico.

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