qual o objetivo do estado, com arrimo na carta magna de 1988
O direito de punir, apesar de já ter pertencido ao ente privado, tem como titular exclusivo o Estado. A Carta Magna, em seu art. 144, dispõe que “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e do patrimônio”. Assim, torna-se explícito que não se trata apenas de um direito, mas também de um dever, o qual só pode realizado de forma legítima através de um processo.
O direito-dever de punir do Estado, para ser considerado como legítimo, deve balizar-se à intervenções que não violem a ordem constitucional vigente, para tanto é salutar que denotem a preservação e o respeito à dignidade da pessoa humana.
Sabe-se que o Estado, em virtude de fatores político-econômicos e até da própria evolução da humanidade, assumiu com exclusividade a incumbência de disciplinar as condutas proibidas com suas respectivas sanções, no entanto, esse mesmo Estado mostrou-se incapaz de materializar com excelência suas pretensões quanto à proteção dos bens jurídicos, bem como quanto aos fins da pena.
A proteção dos bens jurídicos dos indivíduos se procede através da incriminação de determinadas condutas. No entanto, apenas proibir ou exigir não é suficiente para que as pessoas se comportem de acordo com a norma penal, mas é imprescindível que o descumprimento tenha como conseqüência uma sanção.
Dessa forma, o Direito Penal tem por finalidade essencial proteger os valores mais importantes dos indivíduos e da sociedade em geral. Tais valores são chamados bens jurídicos penais, entre os quais se destacam: vida, liberdade, propriedade, integridade física, honra, patrimônio público, dentre outros.
Apesar de o ordenamento jurídico prevê o respeito e a proteção à dignidade e à integridade física e moral dos encarcerados, o Estado ainda mantém um sistema cruel e desumano. Sendo que, os efeitos produzidos pela prisão são devastadores à personalidade humana, levando-se em conta que o direito de ter uma vida digna se desfaz no momento em que um indivíduo adentra num dos estabelecimentos prisionais brasileiros.
Deste modo, é salutar uma aplicação garantista da execução penal, concluindo-se pela extinção do tratamento cruel e deprimente que vem sendo dispensado aos presos. É necessário que se façam cumprir as normas constitucionais para que haja uma humanização da execução na pena privativa de liberdade, e, consequentemente, os efeitos da ressocialização possam ser alcançados.
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Direito Constitucional I
•UNIFASS
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