Base da teoria da pena?

Lysia,

a teoria da pena segue o modelo trifásico de cálculo e aplicação (art 68, CP), ou seja, contempla 3 momentos:

1º - O primeiro momento é o da análise das circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) para determinar a pena-base concreta, que deve ficar entre o mínimo e o máximo da pena cominada (preceito secundário do tipo) e jamais ultrapassar o ponto médio entre elas, mesmo se estiverem presentes todas as circunstâncias mas, se ausentes, nada obsta que a pena-base seja fixada no mínimo legal. Exemplo: no delito de homicídio simples (art. 121, caput) a pena cominada ou abstrata é de 6 (min) a 20 (max) anos, logo, o ponto médio é 13 anos (6 + 20= 26, que, dividido por 2, resulta 13).

Além disso, para que haja a circunstância "antecedente criminal", é necessária sentença condenatória com trânsito em julgado de crime cometido anteriormente, já que a súmula 444 do STJ veda a utilização de ações penais e inquéritos em andamento para a caracterização de antecedentes.

2º - Neste segundo momento o juiz deve analisar as circunstâncias agravantes (arts. 61 e 62 do CP) e atenuantes (arts. 65 e 66, CP) para atenuar ou agravar a pena-base fixada na primeira fase, sempre respeitando os limites mínimo e máximo de pena cominada.

Ressalto ainda que em caso de conflito/concurso entre agravantes e atenuantes, prevalecem as preponderantes nos moldes do artigo 67.

A reincidência é a mais importante agravante, presente no art. 63 do CP e importa dizer que é considerado reincidente o indivíduo que comete crime dentro de 5 anos, contados da data de extinção/cumprimento da pena. Contudo, após esse prazo, é considerado "tecnicamente primário", embora tal delito ainda represente um antecedente criminal a ser analisado na 1ª fase (há divergências no STF).

Considera-se reincidente, segundo art. 63 do CP c/c 7º da LCP, agente que comete:

I - Crime + crime = reincidente;

II - Crime + contravenção = reincidente;

III - Contravenção + contravenção = reincidente;

IV - Contravenção + crime = PRIMÁRIO.

Acerca das atenuantes, a mais importante é a idade do autor (art. 65, I, CP), pois o agente que, na data do crime, tiver entre 18 e 21 anos, ou mais de 70 na data da sentença, terá sua pena atenuada.

Observações: 1 - as qualificadoras determinam nova pena mínima e máxima, devendo ser analisadas na primeira fase, lembrando que se houver mais de uma qualificadora as demais só poderão ser consideradas aqui na segunda fase se estiverem previstas também como agravantes de pena (61 e 62, CP).

2- o atigo 66 do CP apresenta uma atenuante "inominada", que modernamente tem sido aplicada juntamente com a "Teoria da Co-culpabilidade do Estado" (quando este assume parcela de culpa pelo cometimento do delito pelo agente).

3º - Na terceira fase o magistrado deve analisar as causas de aumento e diminuição de pena que, em virtude de sua fixação legal, poderão elevar a pena concreta acima do máximo ou abaixo do mínimo cominados. Logo, quer dizer que, pelo fato de a própria lei determinar o quantum de aumento ou diminuição, nada impede que o cálculo final estabeleça pena maior que a máxima ou menor que a mínima previstas abstratamente na lei.

Espero ter ajudado.

Abraços.

      Entra na disciplina Penal II, que postei livro do Capez, e la tem a explicação de tudo.               

   Do Concurso de Pessoas   ( art 29, 30, 31 C.P.)

Pressupostos:

Crimes Unissubjetivos : São aqueles que podem ser praticados por uma pessoa apenas. Ex: art 121, 122, 123,124,129.

Crimes Plurisubjetivos: São aqueles que não podem ser praticados por uma só pessoa, portanto a lei por meio do tipo penal já exige a concorrencia de pessoas. Ex art 288, 137.

OBS: As regras do concurso de pessoas são destinadas aos crimes unissubjetivos.

èRequisitos

I – Mais de uma pessoa

II – Liame psicologico

III - Divisao de tarefas ( com relevancia causal)

OBS: A divisão de tarefas não precisa ser programada.

IV – Identidade do elemento subjetivo do crime (do ilicito penal)

èTeorias do concurso de pessoas

1)      Teoria pluralista do concurso de pessoas:

Para essa teoria cada agente responde nos termos da conduta objetiva que tiver praticado.

2)      Teoria Dualista

Há uma biparticipação de imputabilidade sendo uma para os autores e outro para os partícipes.

3)      Teoria Unitaria

Quem de qualquer modo contribui para o crime responde por esse, sendo assim todos respondem por crime único.

OBS: teoria unitaria mista ou temperada. Adotada pelo direito brasileiro art 29, de modo que esta é a sua teoria.