O que são Embargos de Declaração ? Para que serve ? Como são feitos ? Quais são os procedimentos ?
Os Embargos de Declaração ou Embargos Declaratórios servem como um instrumento pelo qual uma das partes de um processo judicial pede ao magistrado para que reveja alguns aspectos de uma decisão proferida.
Esse pedido deverá ser feito quando for verificado em determinada decisão judicial, a existência de omissão, contradição ou obscuridade.
Através dos Embargos de Declaração, o magistrado poderá exercer o juízo de retratação, ou seja, sanar alguma falha existente em seu pronunciamento, a pedido de uma das partes.
Os Embargos Declaratórios estão previstos no art. 535 do Código de Processo Civil:
Os embargos de declaração são uma modalidade de recurso previsto em todas as leis processuais brasileiras (civil, penal, trabalhista e eleitoral) com finalidade específica: remediar omissões, obscuridades e contradições da decisão judicial. São também chamados de embargos declaratórios ou embargos aclaratórios.
Os recursos em geral não têm a mesma finalidade dos embargos de declaração, mas a de permitir que a parte no processo (ou o Ministério Público) manifestem sua discordância da decisão e, com isso, deem oportunidade ao tribunal competente para reexaminá-la e modificar o julgamento, se for o caso. Esse objetivo de alterar a decisão recorrida, dos recursos em geral, é o que se chama de efeito modificativo ou efeito infringente.
Os embargos de declaração não possuem efeito modificativo, como regra. Sua finalidade é a de corrigir falhas do julgado, mas sem mudá-lo. Esse recurso, portanto, não visa a mudar a decisão, mas a completá-la, corrigi-la, aperfeiçoá-la.
Justamente por causa dessa característica, as normas processuais permitem que os embargos de declaração sejam opostos pela parte interessada antes do recurso realmente destinado a alterar a decisão. Por exemplo, o recurso apropriado para modificar sentença (decisão do juiz de primeira instância que encerra um processo), quando uma parte ou o Ministério Público dela discorda é o recurso de apelação. Se a sentença, porém, contiver algum dos defeitos que podem ser corrigidos por embargos de declaração (omissão, obscuridade ou contradição), a lei processual permite que os embargos sejam opostos antes da apelação. A lógica disso é permitir que o juiz primeiro complemente a sentença e afaste aqueles defeitos, para só depois o tribunal examiná-la na apelação e decidir modificá-la ou mantê-la.
Devido a essa previsão das normas processuais, os embargos de declaração têm outra característica processual importante: eles interrompem o prazo do recurso realmente destinado à modificação da decisão. No exemplo acima, depois que o juiz profere a sentença, as partes são intimadas (comunicadas oficialmente) dela e, se couberem os embargos, somente depois do julgamento deles é que começa a correr o prazo para a apelação.
É uma espécie de Recurso, previsto na Legislação Processual, endereça ao mesmo juiz ou Tribunal prolator da decisão embargada, e que tem por objetivo aclarar ponto da decisão que tenha sido omisso, obscuro ou contraditório. Ainda é possível questionar através deste recurso erro material e de fato.
Pode ter, ainda, em caráter excepcional, efeito infringente, ou seja, efeito modificador. É que, via de regra, esse recurso só funciona para integrar a decisão atacada, sanando o vício, mas ocorre que em situação excepcional pode ocorrer de a decisão acabar sendo modificada por consequência do vício que foi sanado, situação em que haverá efeito modificativo.
Ainda é importante frisar que em alguns ramos do direito (digo o penal e o civil, pois desconheço os demais), a interposição de Embargos de Declaração obsta a fluência de prazo para outro recurso, como o de Agravo de Instrumento ou a Apelação, somente começando-se a contar o prazo recursal após a publicação da decisão que julgar os embargos de declaração.
Espero ter ajudado.
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