A Racionalidade do Planejamento  

É um processo permanente e metódico de abordagem racional e científico de questões que se colocam no mundo social. Processo que supõe ação contínua sobre o conjunto dinâmico de situação em um determinado momento histórico. Colocando uma sequência de atos decisórios, ordenados em momentos definidos, e baseados em conhecimentos teóricos, científicos e técnicos.

O Planejamento como Processo Político

Essa dimensão do planejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo de tomada de decisões, inscrita nas relações de poder, com uma função política de tensão e pressão nas relações dos diferentes sujeitos políticos. Somado a necessidade de aliar à apreensão das condições objetivas e subjetivas do ambiente que recorre, como jogos de diferentes interesses de diferentes grupos políticos. Enquanto processo político o planejamento, diz respeito sobre entender o ser social em sua genericidade, algo feito na relaçã particularidade-universalidade.

Sobre o que Planejar 

Na medida em que realidade Social é dinâmica e também que o processo para apreendê-la se faz por sucessivas aproximações, o objeto da intervenção vai se construindo e reconstruindo permanentemente no decorrer de toda a ação planejada, em função de suas relações com o contexto que o produziu, sendo modificado e modificando-o permanentemente.

 Neste processo o planejados vai apreendendo suas diferentes dimensões e detectando espaços de intervenção que irão permitir uma ação mais efetiva sobre a problemática. Nas instituições na medida em que a intervenção e o planejamento da ação profissional se realizam é com a demando institucional como ponto de partida e como ponto de referência

Ao iniciar seu trabalho o profissional se vê diante de uma polaridade: o empregar e as pessoas. O que segundo a autora coloca o profissional num falso dilema: atender a demando como ela se coloca ou desenvolver trabalhos em sintonia com os reclames da população demandatários serviços. Mas não se trata de aceitar ou negar mecanicamente as demandas institucionais nem de assumir ou “formar trincheira” junto a população, mas de re-estruturar a demanda, mediando interesses diversos na direção ético-política, reconstruindo o objeto. 

 O planejamento é realizado em um específico momento histórico e com uma organização necessária, onde as práticas e seu conteúdo vem do imaginário com características de invenção e de mudanças. Sendo assim, a reelaboração da demanda partirá dessa organização diante do momento histórico.

 Diante das demandas institucionais imediatas, o planejamento não é uma opção, pois dificilmente se configura como uma ação efetiva uma vez que não produzirão grandes modificações e tendem a manter os níveis. No espaço ao alcance da ação profissional, o profissional se articula entre o usuário, e os demais agentes institucionais exercendo influência e gerando mudanças, para isso, é necessário um conhecimento prévio a respeito da situação.

 A rede institucional e rede de apoio informal tem grandes influência na execução do trabalho profissional, na medida em que permite o profissional ter diferentes interlocutores. Defronte as relações estruturais da sociedade, a ação do profissional pode ser barrada por limites impostos, mas é preciso desocuta-las e não ser conivente.

 A reconstrução do objeto se faz diante de críticas, construção de algo novo e de uma nova síntese no plano do conhecimento e da ação num movimento que vai do particular ao universal, e retorna ao particular. Reelaborando seu objeto, o profissional constrói um conhecimento, fazendo assim a desocultação das barreiras. 

Planificação

 A planificação é realizada após ter a tomada decisões face a realidade determinada e sendo assim se inicia o trabalho com finalidade de sistematizar as atividades necessárias para se alcançar os os resultados previstos. As decisões que precisam ser tomadas são explicitadas, sistematizadas, interpretadas e detalhadas em documentos em que representam os níveis de decisão: planos, programas, e projetos

 Quando o documento se referir a estrutura organizacional, caracteriza-se como plano, quando se dedica um setor área ou região é programa e quando se detém no detalhamento de alternativas singulares de intervenção é projeto.

Quanto maior o âmbito e menor o detalhe referido, mais o documento se caracteriza como plano, quanto menor o âmbito maior grau de detalhamento Master a característica de projeto. De acordo com Friedmann existem três dimensões essenciais para organização de plano programa e projeto sendo eles tempo, espaço e volume.

Plano

O plano delineia as decisões de caráter geral do sistema e deve ser formulado de forma simples e Clara, a fim de nortear os demais níveis da proposta. De acordo com Lazano os componentes estruturais de um pano são: A síntese dos fatos; A formulação explícita da política de prioridades; O quadro coordenado das mudanças a operar; O quadro cronológico das metas ou resultados atingir; Os pontos e magnitudes dos recursos humanos; O volume e a composição das inversões e gastos para todo o período de cada fase; A especificação das fontes; A previsão de mudanças legais; A atribuição das responsabilidades de execução.

Programa

O programa detalha por setor a política, diretrizes, metas e medidas instrumentais. Os objetos setoriais do plano irão constituir os objetivos gerais do programa, são os elementos básicos do programa: 

A síntese de informações sobre a situação a ser modificada com uma programação. 

            A formulação explícita das funções efetivamente consignadas planejamento social.

São responsáveis aos órgãos e serviços ligados ao programa. 

A formulação de objetivos gerais e específicos.

A estratégia dinâmica de trabalho a serem adotados.

As atividades e os projetos que comporão o programa. 

Os recursos humanos físicos e materiais a serem mobilizados. 

A explicitação das medidas administrativas necessárias.

Projeto

O projeto é o documento que sistematiza e estabelece o caminho prévio da operação do conjunto de ações. É uma parte essencial da racionalização de decisões. Se trata da proposição de produção de algum bem ou serviço, com emprego de técnicas determinadas com finalidade de obter resultados definitivos em um determinado período de tempo e de acordo com o limite de recursos.

Como instrumental, o projeto é o mais próximo da execução, e deve detalhar as atividades a se realizar, estabelecer prazos, especificar recursos humanos e materiais e estruturar receitas e recursos.

Existe, para a elaboração de projetos, um roteiro predeterminado, que é definido de acordo com exigências e necessidades do órgão de execução ou financiador. De um projeto se espera as seguintes qualidades: Simplicidade e clareza na redação, disposição gráfica adequada, clareza e precisão nas ilustrações, objetividade e exatidão nas informações, na terminologia e nas e especificações técnicas, suficiência e precisão, abrangência, ser compatível e coerente em suas relações entre partes e em suas relações com os outros níveis de programação, ter relação visível entre as operações previstas e o alcance dos resultados desejados e apresentar limitação temporal e espacial.

Implementação

A fase de implementação pode ser considerada como a formalização e incorporação de recursos humanos, físicos, financeiros e institucionais que viabilizem o projeto. Nessa fase o planejador se preocupa em preparar a instituição, equipe e a população para a realização da intervenção planejada.

As áreas de atuação na implementação do planejamento são a política,a administrativa e a de provimento de recursos.

Avaliação

Em todo o processo a avaliação está presente de forma dialética,quando se dá o início da ação planejada ao mesmo tempo se inicia a avaliação, então não é o momento final, mas aquele que no processo reconstroi dinamicamente seu objeto, objetivo e procedimentos.

Neste momento se dá o passo com maior conteúdo dialético do processo, neste ponto é necessário abandonar o enfoque fragmentário,e pensar com ênfase na totalidade histórica dos processos sociais, numa perspectiva transformadora e não meramente modernizando da proposta.

A autora coloca elementos fundamentais da dialética presentes neste processo: a dimensão do futuro, a dimensão da historicidade, a dimensão da contradição e a dimensão do enfrentamento.

A avaliação busca assegurar uma permanente adequação do planejado e do executado, é o que permite detectar desvios, erros, bloqueios, que interferem numa resposta significativa. Desta maneira subsidia as decisões da continuidade do processo.

Um documento de avaliação deve conter os seguintes itens: Descrição do projeto, explicitação dos parâmetros predeterminados e das metas,os dados de antes, durante e depois da ação, o confronto com os parâmetros e metas e as análises dos desvios e as sugestões para realimentar o processo.  

Avaliação da Eficiência

​A avaliação da eficiência está ligada diretamente à sua ação, para obter melhores resultados é realizado uma reestruturação, através da crítica. Como pontapé inicial nem um dos dados é deixado de lado, todos fazem parte de seu resultado. Os critérios utilizados está relacionado com o padrão de qualidade, sua capacidade e otimização, dados quantitativos tem como objetivo avaliar o seu avanço. Assim a avaliação crítica é de extrema importância, altos números de participantes auxiliam em melhores resultados, a retomada é indicada para o aperfeiçoamento.  Avaliação da Eficácia

​A avaliação da eficácia está no ajustamento da ação, como finalidade o objetivo principal, indicando pontos positivos e negativos do seu percurso. A intervenção no cotidiano pode ser efetuada programada ou não, ligando diretamente à ação, ocasionando os imprevistos, assim desenvolver exércitos com técnicas para estes momentos não ocorrerem é essencial.

Avaliação da Efetividade

A avaliação da efetividade estuda a impressão dos objetos na ação elaborada, diretamente em respostas nos desafios enfrentados, como ações eficientes e não eficientes. Para isto não ocorrer é necessário estar presentes com os dados já existentes do local (organização ou grupo), realizando assim um diálogo com o local.

Retomada do Processo

​A retomada dinâmica do processo é o que permite ao planejador garantir a perspectiva dialética de reflexão e permanente confronto com a realidade, através do processo de reconstrução.