Explique porque temos febre? E porque devemos tomar antitérmico?
Febre é uma resposta fisiológica complexa à doença, caracterizada pela ativação de sistemas imunológicos do corpo e pela elevação regulada da sua temperatura central acima da variação diária normal. Elevações da temperatura corporal, semelhantes às observadas durante a resposta febril, potenciam a defesa do organismo contra agentes infecciosos e células neoplásicas. Em vertebrados homeotermos, demonstrou-se a ação da febre nas seguintes funções da resposta imune:
a) aceleração da quimiotaxia de neutrófilos e da secreção de substâncias antibacterianas (peróxidos, superóxidos, lisozima e lactoferrina);
b) aumento da produção e das ações antiviral e antitumoral dos interferons;
c) estimulação das fases de reconhecimento e sensibilização da resposta imunológica, resultando em uma interação mais eficiente entre macrófago e linfócito T e maior proliferação destes últimos. As fases efetoras da resposta imune, como a citotoxicidade de linfócitos T e NK, são inalteradas ou mesmo deprimidas pelo aumento de temperatura;
d) diminuição da disponibilidade de ferro, a qual limita a proliferação bacteriana e de alguns tumores. Este fenômeno é causado pela hipotransferrinemia da RFAg, pelo aumento da afinidade do Fe pela lactoferrina intracelular e pela menor produção de proteínas quelantes de ferro pelas bactérias.
Recentemente, demonstrou-se também que a febre e alguns estímulos inflamatórios estimulam a produção de uma família de proteínas conhecidas como proteínas do choque térmico” (“heat shock proteins”, HSP), presentes em toda a escala animal e exibindo amplas interações com o sistema imunológico especí- fico e inespecífico.
Inicialmente, em caso de febre deve-se reconhecer sinais de doenças potencialmente graves, melhorar o conforto do paciente e manter um estado adequado de hidratação.
Drogas antitérmicass não devem ser utilizadas com o objetivo de reduzir a temperatura em si em pacientes que pareçam estar se sentindo bem. Devem ser reservadas para pacientes com desconforto físico ou dor.
Drogas antitérmicas não previnem convulsões febris e não devem ser usadas com esse objetivo.
Há um consenso de que antitermicosos devem ser reservados para febres acima de 38,2°C, mas principalmente para minimizar o desconforto.
Fonte: VOLTARELLI, Júlio C. Febre e inflamação. Medicina (Ribeirão Preto), v. 27, p. 7-48, 1994.
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Histologia e Embriologia
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