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Os atos praticados por uma pessoa incapaz, é considerado nulo?

Hipoteticamente falando: Em conformidade com os Artigos 3° e 4º do Código Civil de 10/01/2002, os atos cometidos por uma pessoa incapaz, assinatura de um contrato por exemplo, pode ser considerado nulo?

💡 8 Respostas

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Caroline Moresco

"Em regra, os atos praticados pelo incapaz mesmo antes da interdição são inválidos. Vale dizer, se praticados por absolutamente incapaz são nulos, enquanto que se praticados por relativamente incapaz, são anuláveis.

Isto porque a sentença de interdição, conforme doutrina civilista, apenas declara a situação de incapacidade já existente antes.

Portanto, em regra os atos praticados por incapazes são nulos ou anuláveis. A exceção se faz quando tais atos são praticados com terceiro de boa fé, ou seja, aquele que não sabia e não teria como saber que o outro possuía alguma incapacidade.

Esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos:

REsp 296.895-PR . Nulidade de ato jurídico praticado por incapaz antes da sentença de interdição . Reconhecimento da incapacidade e da ausência de notoriedade. Proteção do adquirente de boa-fé. Precedentes da Corte. 1. A decretação da nulidade do ato jurídico praticado pelo incapaz não depende da sentença de interdição. Reconhecida pelas instâncias ordinárias a existência da incapacidade, impõe-se a decretação da nulidade, protegendo-se o adquirente de boa-fé com a retenção do imóvel até a devolução do preço pago, devidamente corrigido, e a indenização das benfeitorias, na forma de precedente da Corte. 2. Recurso especial conhecido e provido."

Disponível em: http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/170854/os-atos-praticados-pelo-incapaz-antes-da-interdicao-sao-inexistentes-invalidos-ou-ineficazes-elisa-maria-rudge-ramos

 

 

Espero ter ajudado!

 

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marcilio peixoto

Olá Carlos,

Isto ocorre porque os atos praticados por agente relativamente incapaz poderão ser anulados, ou seja, a restirção aos seus atos da vida civil não é absoluta, portanto a depender do ato praticado poderá este ser válido e surtir efeitos juridicos, no entanto, a depender do momento e da forma poderá ser questionado e se eivado de algum vício poderá ser anulado.

 

De outra forma os absolutamente incapazes são absolutamentes vedados de praticarem os atos civis, ou seja, se praticado o ato já nasce viciado, então não pode produzir efeitos no mundo juridico, portanto será nulo desde a época de sua prática.

 

O Manual de Direitro Civil de FLAVIO TARTUCE 2014 traz os seguintes exemplos para os menores com idade de 16 a 18 anos (relativamente incapazes):

 

Existem atos e negócios que os menores relativamente incapazes podem praticar,
mesmo sem a assistência, como se casar, necessitando apenas de autorização dos pais ou representantes; elaborar testamento; servir como testemunha de atos e negócio jurídicos; requerer registro de seu nascimento; ser empresário, com autorização; ser eleitor; ser mandatário ad negotia (mandato extrajudicial). Em casos específicos, é possível a antecipação dos efeitos da maioridade civil, por meio da emancipação (art. 5.º, parágrafo único, do CC), instituto que será tratado em tópico próprio.

 

E ainda dos pródigos:

 

Todavia, poderá o pródigo exercer atos que não envolvam a administração direta de
seus bens, como se casar ou manter união estável (nesse sentido, ver: TJMS, Acórdão
2007.007113-4/0000-00, Campo Grande, 4.ª Turma Cível, Rel. Des. Atapoã da Costa
Feliz, DJEMS 16.05.2008, p. 33). Ao contrário do que se possa pensar, não é imposto ao pródigo que se casa o regime da separação total de bens de origem legal ou obrigatória, pois ele não consta no art. 1.641 do CC, que traz rol taxativo ou numerus clausus de hipóteses que restringem a liberdade da pessoa. No entanto, para fazer pacto antenupcial, pensamos que o pródigo necessita de assistência, pois há ato de disposição, sob pena de anulabilidade do ato (art. 171, I, do CC).

 

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Nathalia Gomes

Carlos, respondendo a pergunta, os absolutamente incapazes, por mais que possuem capacidade de direito, não possuem capacidade de exercício. Isso é fundamentado pelo efeito "ex tunc", que na ciência jurídica é empregado como desde a origem, ou seja, quando a lei entende, desde a originação de sua capacidade de exercício, logo os seus atos são nulos, salientando que só se pode considerar o indivíduo absolutamente incapaz levando em conta a sua idade e a sua sanidade ou estado mental. Neste caso dos absolutamente incapazes, a lei não atende a vontade do incapaz e exige substituição para que os atos jurídicos sejam legais. Os relativamente incapazes podem ter seus atos anuláveis, pois não necessariamente estes indivíduos terão sempre seus atos nulos, pois a validação dependerá muitas vezes por uma assistencia ou acompanhamento de um capaz. Um exemplo bem claro são de atos jurídicos como um contrato assinado por um adolescente, que se encontra como denominação de menor púbere, que se trata do indivíduo maior de 16 e menor de 18 anos, em que a lei prevê o acompanhamento deste jovem ainda pelo seu responsável legal. Caso não seja assistido, o seu ato é nulo, porém com o efeito "ex nunc", designação jurídica que significa para o futuro, em que as etapas já realizadas ou cumpridas podem ser validadas  pelo responsável, tutor ou curador, lembrando que a convalidação tem o prazo de 02 anos sem que ele seja cancelado.

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