Olá senhoritos (as), um professor constitucional deu-me uma explicação/interpretação e tenho dúvidas quanto à veracidade desta.
"A Constituição Federal em seu artigo quinto, inciso quarenta, diz-nos que a lei penal não retroagirá, salvo em benefício do réu, mas é necessário cuidado,pois, fala-se em RÉU, o que é diferente de CONDENADO. LOGO... As leis melhores, mais benéficas, apenas serão dirigidas aos réus, já os condenados não poderão valer-se de tal disposição constitucional".
Amigos, isso procede ?
Caro colega,
Ao meu entendimento , não procede. Esse tema "Aplicação da lei penal no tempo", faz jus as seguintes hipóteses...
1-) O réu é condenado pela lei penal vigente no momento em que o crime fora consumado. O juiz aplica a pena e o mesmo passa a cumpri-la. Entretanto, passar alguns mesês ou anos , se o crime praticado pelo seu cliente deixar de ser considerado como crime pelo legislador, processo esse chamado de "ABOLITIO CRIMINIS" , seu cliente será solto, haja vista ser uma lei mais benéfica.
2-) O réu é condenado com pena de 15 anos ( homicídio qualificado ), forma de cumprimento de pena de reclusão (fechado) em 2007, no ano seguinte entra uma nova lei em vigor referente ao crime de homicídio qualificado e revoga a lei aplicada pelo juiz ao caso em 2007, sendo a mesma, mais benéfica ao condenado, com menor tempo de pena para o mesmo e com forma de cumprimento reclusão semi-aberta/aberta, haja vista, mais benéfica. O advogado do condenado, correrá atrás dos direitos do seu cliente, para que o mesmo venha gozar dessa nova lei.
Obs: O sistema penitenciário brasileiro, automaticamente , deveria fazer essa modificação nos cálculos da pena de cada condenado , tendo a observância nessas leis mais benéficas analisando caso a caso. Porém, o que ocorre é que a demanda é muito grande e não bastasse falta infraestrutura , tecnologia de ponta... enfim , esses males que sabemos que são existentes. Com isso, os presos dependem de advogados ( particulares ) para correrem atrás de seus direitos, caso contrário, ficam na espera pela defensoria pública.
Espero ter ajudo!
Disponho,
Bruna M. Molles
Sigo a mesma linha de raciocínio que a colega acima, tal informação não procede pelos motivos já explanados pela mesma.
O trânsito em julgado de sentença penal condenatória não impede a aplicação, mesmo em fase de execução, da lei mais benéfica sobre o regime de cumprimento da pena na qual o réu foi condenado inicialmente. O entendimento foi firmado pelo ministro Cezar Peluso, da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal.
O STF em sua súmula 611 confirmou tal entendimento "Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna."
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