inflação no Brasil

Em minha humilde opinião houve pelo menos três fatores fundamentais: Gasto excessivo do governo, aumento do salário mínimo acima da produtividade do trabalhador e autoridade monetária sem credibilidade.

Os gastos do governo pressionaram a inflação através do aumento da demanda sem o aumento correspondente da oferta na economia. O aumento do salário mínimo sem o aumento da produtividade faz com que os custos de produzir aumentem levando as empresas a aumentarem os preços de seus produtos, outra consequência é o aumento da demanda sem a haver o aumento no mesmo patamar da oferta.

O terceiro fator, a falta de credibilidade da autoridade monetária, tem haver com as expectativas de inflação. Veja o seguinte exemplo: Imagine que todo mundo pense que a inflação no próximo mês vai ser de 10%, para que cada individuo não saia perdendo eles ajustam seu preço em 10%, isto é, as indústrias aumentam seus preços, os comerciantes aumentam seus preços, e os trabalhadores tentam aumentar os seus salários nesse mesmo partamar. Assim, mesmo que não haja nenhum motivo real, apenas expectativas, a inflação aumentará 10% por cento no próximo mês. Esse fenômeno é chamado de inflação inércial e está itimamente ligado a com as expectativas de inflação dos agentes. Desta forma, se a autoridade monetária diz que vai controlar a inflação e não faz isso, os agentes não confiarão nela e terão expectativas de inflação sempre maiores do que as metas divulgadas pela a autoridade monetária (no Brasil a autoridade monetária é o banco central) dificultando, portanto, o controle da inflação.

Para resolver tal problema o governo deve fazer um ajuste fiscal, evitar um gasto excessivo e substituir a autoridade monetária desacreditada por uma mais seria e comprometida. No curto prazo, ele deve ainda encerrar a política de aumento do salário mínimo e promover reformas que permitam o aumento da produtividade - como reforma tributária, reforma trabalhista, aumento da segurança jurídica e investimentos em infraestrutura - para que no médio e longo prazo os salários possam subir sem provocar aumento da inflação.

          Entendemos por Inflação o aumento no nível de preços, que ocorre quando a média do crescimento dos preços de um conjunto de bens e serviços em um determinado período. É um fenômeno em que a maioria dos preços vai sendo reajustada com uma frequência mensal.

          A preocupação com os efeitos dos gastos públicos na economia é recorrente, sobretudo com os impactos deles sobre o crescimento econômico. A população espera melhor utilização dos recursos, pois existem limites para a expansão das receitas que financiam o aumento dos gastos per capita. Outra restrição importante ocorre nos países em processo de estabilização econômica, nos quais o ajuste fiscal é peça fundamental da política macroeconômica. Isso reforça a necessidade de aumento da produtividade dos gastos públicos.

          O controle da inflação passa por medidas de aperto fiscal e monetário. Ou seja, gastos públicos mais baixos, impostos mais elevados e juros mais altos.

          No curto prazo, essas decisões ajudam a conter a demanda por bens e serviços – e uma demanda mais baixa para uma dada oferta no curto prazo faz com que o ritmo de aumento dos preços seja menor. Isso quase sempre tem um impacto recessivo na economia. No longo prazo, a inflação alta é resultado de problemas fiscais. E eles fazem com que o país recorra à impressão de moeda para fechar suas contas. Então, para controlar a inflação, o governo precisa reduzir a necessidade de se financiar com emissão de moeda. Para isso, precisa ajustar suas finanças, cortando gastos e/ou aumentando impostos, num processo permanente.

          Portanto, controlar a inflação tende a envolver sacrifícios no curto prazo, como crescimento mais baixo e desemprego mais alto.