2- analise constitucionalidade e emenda à constituição estadual com seguinte terror serão de execução obrigatória os dispositivos da lei orçamentaria anual introduzidos por emenda parlamentar ao respectivo projeto de lei que prevejam desatinação de créditos orçamentarmos .
A Emenda Constitucional nº 86/2015 previu o orçamento impositivo no que diz respeito às emendas parlamentares individuais. Vejamos.
"Art. 166.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
Até o momento não houve qualquer declaração de inconstitucionalidade dessa regra pelo STF.
Inclusive, inúmeras Assembléias Legislativas têm aprovado emendas às constituições estaduais praticamente replicando a regra da EC 86/2015.
No entanto, a situação narrada é diferente. Emenda à constituição estadual que determine execução obrigatória dos dispositivos da LOA introduzidos por emenda parlamentar seria muito mais ampla que o disposto na referida EC 86/2015.
Considerando que o orçamento, em regra, é apenas autorizativo. Considerando ainda que medida dessa ordem implicaria em sérias limitações ao Poder Executivo, na medida em que perderia qualquer margem de atuação administrativa sobre essas dotações. Temos que, diante desse quadro, a Emenda padece de vício na medida em que desrespeita o Princípio da Separação de Poderes, caracterizando clara e desproporcional ingerência do Poder Legislativo sobre o Poder Executivo, usurpando a função administrativa atribuída a este último.
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