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Procuradoria Estadual -

 Sobre as duas espécies de empresas estatais reconhecidas pelo ordenamento jurídico vigente, esclareça: a) a natureza jurídica e o enquadramento das mesmas no âmbito da Administração Pública; b) as características comumente presentes nessas espécies e em razão das quais elas se assemelham e se diferenciam entre si e em relação a outras espécies da Administração descentralizada; c) na condição de procurador judicial do município, como se posicionaria quanto à aplicação ou não da regra de imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a, da CF) em um caso envolvendo a cobrança de imposto municipal de sociedade de economia mista estadual que tem suas ações negociadas em bolsa de valores; d) o(s) regime(s) de responsabilidade extracontratual aplicável(is) a essas empresas estatais. 

💡 2 Respostas

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Jefferson Rodrigues

Não sei.

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Especialistas PD

As empresas estatais são “pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Pública Indireta, criadas por autorização legal, que prestam serviço público ou executam atividades econômicas.” (Rafael Carvalho Rezende Oliveira. Organização Administrativa. 4ª ed. pgs. 147)

 

Empresa Pública

Sociedade de Economia Mista

Capital 100% público

Capital Misto

Qualquer forma societária admitida em Direito

Sempre constituídas na forma de Sociedade Anônima

Justiça Federal é competente para julgar ações das EP Federais

Justiça Estadual é competente pra julgar as ações das SEM Federais ou Estaduais

A criação de EP depende de lei autorizativa específica

A criação de SEM depende de lei autorizativa específica

EP pode ter por objeto: atividades ecoômicas ou prestação de serviços públicos

SEM pode ter por objeto: atividades ecoômicas ou prestação de serviços públicos

Forma societária: qualquer modelo de sociedade admitida em direito

Forma societária: somente podem assumir a forma de Sociedade Anômina

regime jurídico do pessoal admitido: CELETISTA (CLT)

regime jurídico do pessoal admitido: CELETISTA (CLT)

Admissão de pessoal depende de concurso público

Admissão de pessoal depende de concurso público

Impossibilidade de acumulação do emprego público com outros empregos, cargos ou funções públicas – salvo exceções legais

Impossibilidade de acumulação do emprego público com outros empregos, cargos ou funções públicas – salvo exceções legais

Submissão do pessoal ao teto remuneratório – salvo empregados das estatais não dependentes do orçamento público

Submissão do pessoal ao teto remuneratório – salvo empregados das estatais não dependentes do orçamento público

 

A imunidade tributária recíproca não se aplica, em regra, às empresas estatais, conforme se extrai da interpretação a contrario senso do art. 150, caput e §2º da CF. Repare que esses dispositivos tratam tão somente dos entes federativos e das autarquias e fundações, não incluindo as estatais.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Excepcionalmente, no entanto, o STF admite que as estatais que prestem serviços públicos gozem da referida imunidade. Nesse sentido, o Professor Marcio Cavalcante, comentando o Informativo 767 do STF, enuncia:

“O STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT goza de imunidade tributária recíproca mesmo quando realiza atividade em que concorre com a iniciativa privada, como transporte de bens e mercadorias. Assim, não incide o ICMS sobre o serviço de transporte de bens e mercadorias realizado pelos Correios. Isso porque, sendo serviço postal, a ECT é obrigada a realizar mesmo para os lugares mais distantes do Brasil por se tratar de uma empresa pública.”

Sobre a responsabilidade civil das estatais, o Professor Rafael Oliveira ensina:

“As empresas estatais respondem pelos danos que causarem a terceiros com seu patrimônio, tendo em vista a personalidade jurídica própria, nos moldes do que ocorre para as demais entidades administrativas.

A natureza e os fundamentos dessa responsabilidade, no entanto, variam de acordo com a atividade desenvolvida por essas empresas.

Em relação às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, a responsabilidade civil será objetiva, com fundamento no art. 37, §6º, da CRFB. A referida norma constitucional consagra a responsabilidade objetiva para as pessoas jurídicas de Direito privado que prestam serviços públicos, o que engloba as estatais de serviços públicos.

Por outro lado, as empresas públicas e sociedades de economia mista econômicas respondem, em regra, de maneira subjetiva, como as demais pessoas privadas (...)” (Organização Administrativa. 4ª ed. pgs. 192)

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