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De que forma a artista e pesquisadora Faiga Ostrower identifica percepção?

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LR

As teorias da Gestalt e da Percepção são temas centrais para Fayga, tanto na condição de pesquisadora, quando na condição de artista. “De 1954 a 1970 ministra cursos de Composição, Estrutura Espacial e Expressão na Arte, Análise de Estilos, Teoria da Gestalt e Teoria da Percepção. No decorrer de sua vida recebeu inúmeros prêmios, reconhecimento nacional e internacional, destacando-se, dentre eles, o Grande Prêmio Internacional de Gravura na XXIV Bienal de Veneza, em 1858.” (BAMONTE, 2014: 293). Quanto ao Primeiro, “Percorrendo a história da arte, os estudos da Gestalt, entre outros territórios de investigação, por meio de cuidadosa análise de situações que validam os acasos como faces de um ‘diálogo com a nossa consciência através da sensibilidade’, a autora demonstra ser possível centrar esforços, apesar das dificuldades inerentes ao contexto da vida contemporânea, no ‘senso do extraordinário e incomum dentro do perfeitamente comum e ordinário’.” (FAZZOLARI, 2014). Quanto ao segundo, “A percepção é explicada por Skinner através do conceito de comportamento perceptivo – um comportamento complexo que se inter-relaciona com muitos outros. O estudo da percepção na teoria skinneriana pode ser dividido em duas etapas: estudo do comportamento perceptivo como precorrente e estudo dos precorrentes do comportamento perceptivo. No primeiro caso, a investigação passa pelo processo de resolução de problemas, no qual o comportamento perceptivo desempenha um papel fundamental modificando o ambiente, o que permite a emissão do comportamento discriminativo e a solução do problema. No segundo caso, a investigação trata com uma série de outros comportamentos, tais como, propósito, atenção, e consciência, que modificam a probabilidade de emissão do comportamento perceptivo.” (LOPES; ABIB, 2002: 129).

Assim, a Gestalt e a Percepção podem ser localizadas nos seguintes comentários a respeito da trajetória de Fayga:

- “Nesta mesma época, a artista passa a questionar, depois do campo de concentração, alguns temas como a fome, a miséria e a bomba atômica. Mas Fayga chegará à conclusão de que realmente a arte, ao abordar problemas sociais, sob a forma de crítica social ou política visando contribuir para a consciência das pessoas, estava fora de seu alcance e intenção. Embora continuasse a respeitar a obra de Käthe Kollwitz,5 sobre isso declarou que quanto mais estudava as questões de percepção, de estrutura, mais se colocavam em primeiro plano os problemas específicos da arte. A teoria sem a prática não lhe interessava. Seu discurso irá se aprofundar a partir do seu estudo cada vez maior da obra de Cézanne, com o apoio tanto do conhecimento das teorias como na observação das aquarelas e pinturas paisagísticas do último período de expressão do artista francês, bem como através do exercício, na prática.” (GEIGER, 2006).

- “Diversos questionamentos – principalmente quanto à expressividade de suas composições figurativas – começaram a surgir da cabeça e das mãos de Fayga, levando-a a buscar uma nova forma de representar seus sentimentos e suas experiências. Certa vez ela relatou o que sentiu nessa fase: ‘Percebi que em certas situações humanas, de grande sofrimento, guerra, bomba atômica, campo de concentração, fome, qualquer comentário artístico que queira dar dimensões estéticas ao fato torna-se sem sentido’ (Ostrower, 1983).” (ALMEIDA, 2006: 272); “Foi nesse momento de dúvida e angústia que Fayga tomou conhecimento, através de livros, da obra de Cézanne (1839-1906). O artista provocou grande fascínio em Fayga, que afirmou: ‘Sua visão de espaço e a problemática da forma que levanta foram uma revelação tão grande para mim, que tudo o que até então imaginava se transformou’ (Ostrower, 1983).” (ALMEIDA, 2006: 273); “A busca por uma maneira mais densa de se expressar e a influência de Cézanne desencadearam um processo de transformação em sua obra. Aos poucos, foi deixando a arte figurativa e caminhando rumo à abstração (ver p. 278). Essa mudança de estilo foi, na época, fortemente rechaçada pelos críticos de arte e por seus colegas. Mas Fayga não voltou atrás em sua decisão.” (ALMEIDA, 2006: 273).

Referências bibliográficas:

ALMEIDA, Carla. Fayga Ostrower, uma vida aberta à sensibilidade e ao intelecto. In História, Ciências, Saúde (Manguinhos, Rio de Janeiro), v. 13, out. 2006.

BAMONTE, Joedy Luciina Barros Marins. Fayga Ostrower: estudos sobre a pesquisa plástica e teórica nos processos criativos. In VII World Congresso n Communication and Arts (Vila Real, Portugal), abril, 2014.

GEIGER, Anna Belle. in Os Caminhos de Fayga Ostrower. Rio de Janeiro, Instituto Fayga Ostrower, 2006. (texto para o catálogo de exposição)

LOPES, Carlos Eduardo; ABIB, José Antônio Damásio. Teoria da Percepção no Bahaviorismo Radical.  In Psicologia: Teoria e Pesquisa, vol.18, n.2, mai-ago, 2002.

FAZZOLARI, Cláudia. O lardo percurso de uma criadora. In Revista pesquisa fapesp. Ed. 217, mar, 2014.

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