Não é possível precisar a data de surgimento do Direito Ambiental brasileiro enquanto disciplina autônoma.
Em sede de legislação ordinária, com certeza a Lei 6.938 de 1981, ao criar o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA – e a Política Nacional do Meio Ambiente, contribuiu de forma relevante para a sistematização da matéria. Mas foi a Constituição Federal de 1988 que deu força à disciplina. Nesse sentido, Hely Lopes Meirelles ensina:
“Pela primeira vez em nossa história política, a Constituição/88 contemplou o meio ambiente em capítulo próprio, considerando-o como bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de preservá-lo e defendê-lo, para as gerações presentes e futuras (art. 225). Referindo-se a Poder Público, a competência abrange os três níveis de Governo, mas a Carta distinguiu a competência executiva comum, que cabe a todas as entidades estatais (art. 23, VI), da competência legislativa concorrente, que é restrita à União, aos Estados e ao Distrito Federal (art. 24, VI e VII). Aos Municípios cabe apenas suplementar a legislação federal e estadual "no que couber" (art. 30, II), o que significa que só podem fazê-lo nos assuntos de predominante interesse local (sobre essa competência legislativa do Município, ver o RE 586.224, com Repercussão Geral, e o RE 194.704).” (Direito Administrativo Brasileiro. 42ª ed. pgs. 707)
E Fabiano Melo complementa:
“Em termos históricos, a disciplina acadêmica que conhecemos como Direito Ambiental surgiu, à semelhança de tantos outros ramos jurídicos hoje estudados autonomamente, no seio do Direito Administrativo, na medida em que parte significativa de seu objeto de estudos sempre envolveu atividades da Administração Pública voltadas à proteção e preservação do meio ambiente.
Inegável, porém, que nos dias atuais o Direito Ambiental atrai para seu campo de interesses “saberes” que vão muito além do tradicional regime jurídico-administrativo. Há, indiscutivelmente, muito de Direito Administrativo nos temas dos princípios, do licenciamento, EIA-Rima e da responsabilidade.
Contudo, a disciplina sofre igual influência das searas criminal, civil, constitucional, empresarial, além – e isso causa muita preocupação entre os estudantes – de ciências extrajurídicas, como biologia, geografia etc.” (Direito Ambiental. 2ªed. e-book. Pg. 09)
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