O adultério não deixou de ser "considerado" pela esfera civil, apenas na esfera penal.
O Código Civil prevê situações em que o adúltero sera sancionado:
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:
I - adultério;
Especificamente em relação ao crédito alimentício, dispõe o CC/02:
Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos.
Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor.
Isso se dá porque se entende que a infidelidade ofende a dignidade humana do traído e a sua honra subjetiva, em virtude da quebra de confiança e da segurança afetiva, com consequências psicológicas e sociais que se detraem no tempo, já que o sentimento de traição e humilhação não se esgotam com o mero divórcio.
Foi com base nesse entendimento que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já reconheceu a tese de que o adultério se caracteriza como descumprimento de dever conjugal, o que acarreta a aplicação de sanções ao infiel (Agravo em Recurso Especial n. 1.269.166/SP).
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