O prazo para pagamento constante do art. 523, caput, do NCPC, é um prazo processual (contado somente em dia útil) ou um prazo material (que possui sua contagem intermitente e contínua).
Veja o que diz o mencionado artigo 523, caput, do NCPC, verbis:
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
Existe forte controvérsia jurídica. É que pagamento é instituto de direito civil (material, portanto), mas o STJ tem aplicado contagem em dias úteis e conferido dobro de prazo àqueles que gozam desta prerrogativa, mas ainda existem muitos debates.
É o que destacava meu professor de Processo Civil André Vasconcelos Roque, que também é autor de diversos livros, inclusive comentários ao NCPC, escrito com Fernando Gajardoni: intempestividade é insanável, então é necessária cautela diante da contagem do prazo, optando sempre pela forma mais conservadora. Em síntese, é melhor sobrar prazo que faltar.
Entretanto, se já houver sido ultrapassado o prazo, vale a pena insistir na argumentação, pois a controvérsia é relevante. Existe, inclusive, enunciado neste sentido, mas temos que lembrar que são de caráter doutrinário e, portanto, não vinculante.
Enunciado 89 da I Jornada de Direito Processual Civil do CJF:
"ENUNCIADO 89 – Conta-se em dias úteis o prazo do caput do art. 523 do CPC."
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