TRABALHO DE CULTURAS FLORESTAIS E SILVICULTURA
PLANO DE INTERVENÇÃO NA APP PRÓXIMA À FATEC
O presente trabalho tem como objetivo apresentar um plano de intervenção na APP (Área de Preservação Permanente) próxima à FATEC (Faculdade de Tecnologia de Capão Bonito). Trata-se de um trabalho que mostre as alternativas para recuperar a referida área, tendo em vista que há duas nascentes próximas uma da outra, e considerando que há algumas espécies arbóreas no local. O presente trabalho define quais espécies devem ser utilizadas na referida intervenção, dando prioridade para as espécies frutíferas, uma vez que estas atraem fauna e polinizadores.
A área apresenta duas nascentes, cujos entornos não estão protegidos conforme prevê a Resolução nº 369, de 28 de março de 2006. De acordo com o Código Florestal Brasileiro, toda APP em torno de nascentes deve ter um raio de 50 m com cobertura vegetal formando a mata ciliar.
Como são 50 m de raio a partir das nascentes, as áreas a passarem por intervenção apresentam as seguintes medidas:
APP 1 APP2
A = π * r2
A = 3,14 * (50m)2
A = 3,14 * 2500m2
A = 7.854 m2
Como são duas APP, temos 2 * 7.855 m2 = 15.708 m2. Entretanto, será considerada uma área total de 2 ha.
O plano de intervenção será executado através das seguintes ações:
Será realizado o adensamento, uma vez que o espaçamento terá dimensão 2 x 2 m entre cada planta. Como a área total é de 2 ha, serão necessárias 5.000 mudas para preencher toda a área, conforme cálculos abaixo:
2 ha = 20.000 m2
1 muda qualquer = 2 m x 2 m = 4 m2
x mudas = 20.000 m2 = 5.000 Total = 5.000 mudas
4 m2
Y mudas (clímax) = 20.000 m2 = 312 Clímax = 312 mudas
64 m2
Z mudas (secundárias) = 20.000 m2 = 1.250 Secundárias = 1250 mudas
16 m2
Pioneiras + Secundárias + Clímax = 5000 mudas
Pioneiras + 1250 + 312 = 5000 mudas
Pioneiras = (5000 – 1250 – 312) mudas
Pioneiras = 3.438 mudas Pioneiras = 3.438 mudas
Será realizado o enriquecimento, uma vez que serão plantadas 5.000 mudas de plantas de 14 espécies, sendo 10 espécies frutíferas e 04 não frutíferas. Estas mudas são dos grupos pioneiras, secundárias e clímax.
Será realizado o plantio das espécies escolhidas, tendo em vista a recuperação e preservação da área em questão.
No local existem as espécies: Schinus therebentifolius, eritrina, angico, ipê, braquiária, araucária, babosa branca, jatobá, gramíneas, embira, bromélia, samambaia, embaúba, sapé, quaresmeira, goiaba brava, cambará, pinus, entre outras.
Foram escolhidas as espécies dos grupos sucessionais conforme indicado na TABELA01, TABELA02 e TABELA03, para serem utilizadas no plano de recuperação das APP.
TABELA01 – Grupo,espécie, quantidade de plantas por espécie, quantidade de frutíferas e não frutíferas
Grupo |
Nome Popular |
Nome Científico |
Pioneiras |
Guapuruvu, |
Schizolobium parahiba |
Bracatinga |
Mimosa scabrella |
|
Tamboril |
Enterolobium contorsiliquum |
|
Ipê |
Tabebuia alba |
|
Gabiroba |
Campomanesia pubescens |
|
Araçá |
Psidium albidum |
|
Jerivá |
Syagrus romanzoffiana |
|
Secundárias |
Jatobá |
Hymenaea courbaril |
Pitanga |
Eugenia uniflora L. |
|
Jaboticaba |
Myrciaria cauliflora |
|
Clímax |
Palmito juçara |
Euterpe edulis |
Palmito pupunha |
Bactris gasipaes |
|
Goiaba |
Psidium guaiava |
|
Araucária |
Araucaria angustifolia |
FONTE: Wikipedia (2010)
TABELA02 – Grupo sucessional, quantidade de plantas por grupo e
Espaçamento por grupo
Grupo |
Quantidade de plantas por grupo |
Quantidade de espécies por grupo |
Espaçamento(m) por grupo |
Pioneiras |
3438 |
07 |
2 x 2 |
Secundárias |
1250 |
03 |
4 x 4 |
Clímax |
312 |
04 |
8 x 8 |
Total |
5000 |
14 |
- |
FONTE: Os alunos (2010)
A quantidade de plantas por grupo será dividida pela quantidade de espécies do grupo, para que haja uma certa igualdade na distribuição das plantas ao longo da área.
TABELA03 – Grupo,espécie, quantidade de plantas por espécie, quantidade de frutíferas e não frutíferas
Grupo |
Espécie |
Quantidade de mudas |
Frutífera |
Não frutífera |
Pioneiras |
Guapuruvu, |
491 |
- |
491 |
Bracatinga |
491 |
- |
491 |
|
Tamboril |
491 |
- |
491 |
|
Ipê |
491 |
- |
491 |
|
Gabrioba |
491 |
491 |
- |
|
Araçá |
491 |
491 |
- |
|
Gerivá |
492 |
492 |
- |
|
Secundárias |
Jatobá |
416 |
416 |
- |
Pitanga |
417 |
417 |
- |
|
Jaboticaba |
417 |
417 |
- |
|
Clímax |
Palmito juçara |
78 |
78 |
- |
Palmito pupunha |
78 |
78 |
- |
|
Goiaba |
78 |
78 |
- |
|
Araucária |
78 |
78 |
- |
|
Total |
5000 |
3.036 |
1.964 |
FONTE: Os alunos (2010)
A quantidade de mudas por espécie foi calculada de acordo com o espaçamento utilizado, e levando-se em consideração que as espécies clímax não devem ficar nas bordas, mas no centro de 06 pioneiras e 02 secundárias. Todas as mudas serão plantadas ao mesmo tempo e, como as pioneiras crescem mais rápido, logo farão sombra para as espécies secundárias e clímax.
Observa-se que 60,72% das espécies (3.036/5000 = 0,6072) a serem utilizadas são frutíferas e que 39,28% (1.964/5000 = 0,3928) das espécies não são frutíferas, portando em consonância com a Resolução nº 44 do CONAMA que prevê que no mínimo 50% das plantas para a recuperação de APP devem ser frutíferas. Pois estas têm como objetivo atrair fauna e principalmente, polinizadores,ao produzir néctar e frutos.
O espaçamento entre as mudas ocorrerá conforme legenda abaixo:
Grupo Sucessional |
Sigla |
Espaçamento (m) |
Espécies |
Pioneiras |
P |
2 x 2 |
Guapuruvu, bracatinga, tamboril, ipê, araçá, gerivá e gabriova, |
Secundárias |
S |
4 x 4 |
Jatobá, pitanga e jaboticaba |
Clímax |
C |
8 x 8 |
Palmito juçara, palmito pupunha, goiaba e araucária |
Espaçamento:
P P P P P P P P P P P
P S P S P S P S P S P
P P P C P P P C P P P
P S P S P S P S P S P
P P P P P P P P P P P
P S P S P S P S P S P
P P P C P P P C P P P
P S P S P S P S P S P
P P P P P P P P P P P
A adubação será realizada com adubo NPK 10-30-10 nas covas no momento do plantio, após 6 meses deverá ser feita uma adubação de cobertura com NPK 20-0-20.
No início, realizar visitas com o objetivo de verificar o desenvolvimento das plantas e, se necessário, fazer o replantio daquelas plantas que não sobreviverem, realizando o controle de espécies invasoras a cada 06 meses;
Posteriormente, comparecer no locar a cada 02 anos para acompanhar a regeneração, realizando tratos silviculturais quando necessários.
Fazer uma barreira com rachão, com o objetivo de diminuir a velocidade da água da chuva, evitando assim a lixiviação.
A área encontra-se com predominância de gramíneas, com o fechamento do dossel, elas serão eliminadas naturalmente.
O nível de abertura do dossel pode ser um bom indicador da recuperação de uma mata, mas este indicador deve ser combinado com outros principalmente com a regeneração natural.
RESOLUÇÃO N 369, DE 28 DE MARÇO DE 2006 – Ministra do Meio-Ambiente Marina Silva
www.wikipedia.com.br . Nomes científicos
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